Defasagem de preço da gasolina da Petrobras atinge 21% e acende alerta
Petrobras está há 178 dias sem reajustar a gasolina e há 111 dias sem alterar o preço do diesel. Teremos rajuste nas próximas semanas?
A Petrobras enfrenta uma significativa defasagem nos preços da gasolina, alcançando 21% abaixo do valor praticado no Golfo do México, conforme divulgado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) no último dia 12. Este é o maior nível de defasagem registrado neste ano nas refinarias da estatal.
Os fatores que contribuem para este cenário incluem a alta do preço do petróleo no mercado internacional e a valorização do dólar frente ao real.
Para ajustar os preços aos padrões internacionais, seria necessário um aumento de R$ 0,74 por litro de gasolina. No segmento do diesel, a defasagem é de 12%, o que justificaria um reajuste de R$ 0,48 por litro nas refinarias da empresa.
Curiosamente, a Petrobras não realiza ajustes no preço da gasolina há 178 dias e no diesel há 111 dias. Contrastando com esta abordagem, a Refinaria de Mataripe, operada pela Acelen – um braço do fundo de investimento árabe Mubadala –, apresenta uma defasagem menor. Lá, os preços da gasolina e do diesel estão defasados em 9% e 8%, respectivamente, e houve um aumento no preço da gasolina de R$ 0,076 o litro na última quarta-feira.
A estratégia de reajustes da Petrobras, que abandonou o PPI (Preço de Paridade Internacional) em maio de 2023, segue agora critérios técnicos definidos pela diretoria, segundo informou a companhia. No entanto, a atual crise política e os debates sobre a gestão de Jean Paul Prates na liderança da empresa sugerem que um reajuste imediato é improvável. Segundo analistas, aumentar os preços no atual contexto político poderia intensificar as críticas contra Prates.
Além disso, a Abicom apontou que os importadores enfrentam dificuldades com “janelas fechadas” para a importação de gasolina há 70 dias e de diesel há 111 dias, refletindo os desafios adicionais no setor de combustíveis no Brasil.