BC apresenta Relatório de Gestão sobre os primeiros anos de funcionamento do Pix
Nesta segunda-feira (4), o Banco Central (BC) divulgou o “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022”. O documento apresenta uma radiografia do serviço de pagamento que, em menos de três anos de funcionamento, transformou a forma como os brasileiros fazem transferências e pagamentos.
“O Pix é um dos principais casos de sucesso globalmente na indústria de pagamentos na atualidade, assim, a divulgação desse relatório é bastante importante como forma de dar transparência às ações do BC e de prestar contas à sociedade”, afirmou Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix.
É apresentada toda a jornada percorrida para a criação e o lançamento do Pix no primeiro capítulo do Relatório. É realizada uma contextualização nacional e internacional, são elencadas as razões que levaram o BC a desenvolver uma solução de pagamentos instantâneos, os objetivos públicos pretendidos e como se deu a construção do meio de pagamento.
O Pix foi colocado á disposição da população em novembro de 2020 e já veio com uma agenda de evolução (‘Agenda Evolutiva do Pix’) prevista para ser desenvolvida e implementada ao longo do tempo. No segundo capítulo o Relatório descreve os avanços ao longo de 2021 e de 2022. As destacando algumas funcionalidades e produtos lançados no período, bem como elencando os principais aperfeiçoamentos regulatórios no regramento do arranjo.
Já no terceiro capítulo, é apresentado os dados sobre o uso do Pix até dezembro de 2022, incluindo estatísticas de transações, chaves Pix, usuários (pessoas físicas e pessoas jurídicas), instituições participantes, bem como o Pix inserido no mercado de pagamentos de varejo. Comparando seu uso com outros meios de pagamentos. Esse capítulo também apresenta curiosidades sobre o Pix como, por exemplo. O dia que teve o recorde de transações, quantidade média de transações realizadas no último minuto do dia. Valor da maior transação realizada e uma nuvem de palavras com os termos mais utilizados nas mensagens entre usuários.
Para finalizar, o relatório detalha a ‘Agenda Evolutiva do Pix’ para 2023, que tem como prioridade o desenvolvimento do Pix Automático e a evolução contínua dos mecanismos de segurança. Também é apresentada a visão de futuro do Pix. Abordando as possibilidades de desenvolvimentos futuros, com objetivo de ampliar os casos atendidos e alavancar ainda mais seu uso, atendendo as demandas da sociedade.
O documento cita que, mesmo já sendo bastante usado pela população para pagamentos e transferências. O Pix ainda não atingiu todo seu potencial, com alguns obstáculos por superar. Com os produtos e as funcionalidades a serem desenvolvidas devendo impulsionar ainda mais intensamente o serviço.
BC prevê a implementação do Pix off-line
De acordo com o Banco Central ainda está prevista a implementação do Pix off-line, sem precisar estar conectado à internet, como é atualmente. É o que afirma o Relatório que foi divulgado nesta segunda-feira. Segundo a autoridade monetária, isso ajudará a aumentar o acesso de usuários e estimulará a “substituição de meios de pagamento menos eficientes”.
O documento apresenta projeções para o futuro da plataforma. Entre elas está a utilização para pagar pedágios rodoviários, estacionamentos e bilhetes de transporte público. Os projetos para a evolução da plataforma também incluem outros formatos de transação, como pagamentos a prazo ou parcelado, “mitigando o risco de crédito do recebedor em eventuais situações de inadimplência do pagador”, afirma o órgão financeiro.
Ainda no documento, o BC abre a possibilidade de ser usado como uma alternativa ao cartão de crédito. “Há, por exemplo, soluções que vinculam uma concessão de crédito pessoal à transação e soluções que permitem o pagamento de uma transação Pix na fatura do cartão de crédito”, aponta o relatório. “Você vai começar a poder fazer crédito. Então, em algum momento, no futuro, não precisará ter cartão de crédito, poderá fazer tudo no Pix”, enfatizou durante seminário na ACP (Associação Comercial do Paraná).