Reformulação do MEI: proposta eleva faturamento para R$ 144,9 mil ao ano
A semana foi marcada por avanços significativos relacionados ao Microempreendedor Individual (MEI). No centro do debate, durante uma reunião realizada no Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (FPMPE), emergiu a proposta de elevar o teto anual de faturamento do MEI de R$ 81 mil para R$ 144,9 mil.
Entretanto, o que isso realmente significa para o microempreendedor? Bom, segundo detalhes divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), esse reajuste no faturamento viria acompanhado de ajustes na alíquota do Simples Nacional. Para compreender melhor:
- Para quem fatura até R$ 81 mil por ano: A alíquota continua fixa em 5% do salário-mínimo. Uma faixa que garante um equilíbrio em relação ao valor que é contribuído.
- Para quem fatura entre R$ 81 mil e R$ 144.912 mil por ano: O valor seria estipulado em R$ 181,14, ou seja, 1,5% de R$ 12.076, o novo teto mensal proposto.
A “Rampa de Transição” e sua Importância para o MEI
Outra novidade proposta é a chamada “rampa de transição”. Mas, afinal, o que ela traz de tão inovador? Esta medida atua como um mecanismo de adaptação, dando tempo ao microempreendedor para ajustar-se às novidades tributárias e operacionais no momento de transição do MEI para uma empresa de maior expressividade.
Em termos práticos, o MEI que superar o limite de faturamento até 20% terá um período de 180 dias para realizar ajustes essenciais. Durante esse período, certas facilidades serão concedidas, como a dispensa da emissão de nota fiscal para todas as vendas e a não obrigatoriedade de contratação de contador. É uma janela de oportunidade, evitando processos apressados e decisões precipitadas.
O Sebrae, representado por seu presidente, Décio Lima, mostrou-se colaborativo e proativo na construção dessas mudanças. A instituição defende uma transição mais transparente e facilitada ao empreendedor, evitando surpresas indesejadas no fim do ano fiscal.
Com o aumento do teto, espera-se um benefício direto para cerca de 470 mil empresas, ampliando o leque de negócios enquadrados como MEI. No cenário atual, o Brasil conta com impressionantes 15,4 milhões de microempreendedores individuais, e segundo dados do Sebrae em parceria com a FGV, essa formalização despeja aproximadamente R$ 70 bilhões na economia anualmente.
E o Congresso, como fica?
A grande questão que paira no ar é como essa proposta será endereçada ao Congresso Nacional. Em paralelo, há um acompanhamento ativo da tramitação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/21. Este projeto, que está sob apreciação do Plenário da Câmara dos Deputados, discute pontos similares relacionados ao faturamento do MEI. A interseção entre esses debates é crucial para determinar o futuro do MEI no país.