Após 24 horas, técnicos procuram respostas sobre o apagão que atingiu 25 estados e o DF

Após o apagão que aconteceu na última terça-feira (15), técnicos do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmam que é complexo apontar com exatidão as causas e os locais em que teve início a falta de energia. De acordo com a avaliação apontada nesta quarta-feira (16) conclui-se que foram eventos simultâneos, em um “encadeamento de “milissegundos” de falhas.

Segundo as explicações do governo, indica-se que o problema teve origem em uma sobrecarga no Ceará, mas não foi esta a única causa. Mesmo esse evento no Ceará pode ter ocorrido em mais de um equipamento ao mesmo tempo. Teria havido ainda um segundo problema, na região Norte.

Por conta das falhas, um sistema chamado de Erac (Esquema Regional de Alívio de Carga), uma espécie de software de proteção, agiu e cortou o fornecimento de forma escalonada. O Erac é um sistema que desliga o fornecimento de energia para evitar sobrecargas e danos maiores.

Entretanto, durante o processo a dúvida principal foi se o Erac foi mais “cauteloso” do que o necessário, ou seja, cortando energia além do que de fato era aconselhável tecnicamente. O software não seria a causa do apagão, mas pode ter agravado o problema, de forma preventiva.

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Durante o apagão, as regiões Norte e Nordeste estavam exportando energia para o Centro-Sul. Isso porque há uma grande quantidade de fontes renováveis naquelas regiões, especialmente usinas eólicas. Dessa forma, foi preciso cortar a energia que faltava no Centro-Sul e a que sobrava no Nordeste. Por isso, a geração de eólicas despencou 80%.

Após apagão, ONS reduz repasse de energia do Nordeste a outras regiões

Após o apagão da última terça-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) cortou pela metade a exportação de energia elétrica do Nordeste. Além disso, aumentou a geração própria do sistema Sudeste/Centro-Oeste, onde está a maior parte da demanda do país.

Na segunda-feira (14) antes do apagão, a previsão era que o Nordeste enviasse para o Sudeste algo em torno de 10 mil megawatts médios de energia elétrica ao longo do dia. Esse valor caiu para cerca de 5 mil megawatts médios.

O Norte deveria exportar cerca de 2 mil megawatts médios. Depois do apagão, está na verdade importando energia de outras regiões do país. Já o Sudeste-Centro subiu a produção cerca de 32 mil megawatts para 37 mil, compensando a redução no Nordeste. O apagão desta terça-feira afetou todos os estados do país, com exceção de Roraima, durou ao todo seis horas e prejudicou um terço dos consumidores.

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