Governo cortou mais de 800 mil famílias unipessoais do Bolsa Família
Nos últimos tempos, o Bolsa Família tem ficado no centro das atenções após um extenso processo de revisão e reestruturação. O programa, que tem sido vital para milhões de brasileiros, passou por uma série de mudanças significativas, particularmente em relação às famílias unipessoais. Mas, o que exatamente mudou e por que essas mudanças são tão importantes?
A “limpeza” nas Famílias Unipessoais
Desde a transição do antigo Auxílio Brasil para o novo Bolsa Família, o governo federal bloqueou os benefícios de impressionantes 820 mil famílias que se declaravam como unipessoais. Muitos destes beneficiários afirmavam viver sozinhos, mas, na realidade, viviam com outros familiares.
Desde fevereiro, o governo federal tem trabalhado meticulosamente, passando por uma série de verificações em busca de possíveis irregularidades. Em abril, 1,2 milhão de benefícios foram bloqueados, dando às famílias 60 dias para regularizar suas situações.
Um dado intrigante é o crescimento abrupto de beneficiários unipessoais em 2021. Em novembro, o número era de 2,2 milhões, mas em dezembro, esse número saltou para 5,7 milhões – um aumento de 3,6 milhões em um mês.
Novas averiguações cadastrais
Em julho, novos procedimentos de revisão entraram em jogo. O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) deixou claro que outras reduções no número de famílias unipessoais são esperadas para agosto. Estas alterações certamente terão repercussões nas folhas de pagamento, especialmente a partir do dia 18 de agosto.
Integração com o CNIS
No mês de julho, o CadÚnico se integrou ao Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Como resultado dessa integração, 341 mil famílias viram seus benefícios serem suspensos. A razão? Renda mensal acima do limite estabelecido pelo programa, que é de R$ 218 por pessoa.
O que fazer se o seu benefício for bloqueado?
O primeiro passo é verificar o status do benefício, seja através do aplicativo do Bolsa Família ou de um extrato bancário. É essencial estar ciente dos compromissos do programa e manter os dados cadastrais atualizados. Em casos de suspensão, a melhor alternativa é procurar um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ou ligar para a Central 121.
Regra de proteção: uma luz no fim do túnel
O MDS implementou uma Regra de Proteção que visa proteger aqueles que melhoraram sua renda através do emprego. A regra considera somente a remuneração da família, excluindo o benefício do Bolsa Família. Caso uma família com cinco membros tenha dois deles empregados, recebendo R$ 1.320 cada, e esteja dentro do limite, ela continua no programa, recebendo metade do valor pelo período de dois anos.
Essa reestruturação do Bolsa Família destaca a necessidade de manter os dados atualizados e a importância de estar atento às novas diretrizes. Assim, as famílias que se enquadram no Bolsa Família poderão continuar a se beneficiar deste programa essencial.