Lula prevê salário mínimo a R$ 1.421 mil em 2024
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê que o salário mínimo de 2024 seja de R$ 1.421, segundo interlocutores da base governista ouvidos pela Folha de S.Paulo. Esse valor representa um aumento de R$ 101, ou seja, 7,65% em comparação ao valor atual de R$ 1.320, implementado desde 1º de maio de 2023.
Esse cálculo leva em consideração a fórmula de correção da atual política de valorização, que incorpora tanto o reajuste pela inflação do ano anterior quanto a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Assim, destaca-se a alta de 2,9% do PIB observada em 2022.
A Importância da Inflação
Porém, assim como em qualquer análise econômica, há variáveis em jogo. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que analisa as tendências de inflação, projeta um aumento de 4,48% em 2023. Essa variação pode afetar o valor final que será estabelecido para o salário mínimo.
O cenário inflacionário influencia fortemente o poder de compra do cidadão e pode acelerar ou desacelerar dependendo das políticas econômicas adotadas. Ou seja, ainda há um grau de incerteza sobre o valor exato até 1º de janeiro de 2024.
Implicações orçamentárias e a valorização do salário
De acordo com o PLDO (projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024, o reajuste terá um impacto orçamentário considerável. Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo pode resultar em R$ 3,9 bilhões adicionais em despesas com benefícios vinculados ao salário mínimo. Considerando o reajuste proposto, isso se traduz em um compromisso financeiro significativo para o governo.
A iniciativa do presidente Lula de retomar a política de valorização do salário mínimo, que prevê um reajuste pela inflação somado à variação do PIB de dois anos atrás, não é uma novidade. Foi uma abordagem adotada em gestões anteriores do PT.
Desafios à vista: Crescimento econômico vs. Despesas
A política de valorização do salário mínimo pode representar desafios ao cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). Com o salário mínimo crescendo em um ritmo mais rápido do que o limite geral de despesas, podem surgir desequilíbrios orçamentários.