Real Digital: Entenda o que é e como funcionará

O Real Digital está cada vez mais próximo de sua implementação, isso porque o Banco Central (BC) anunciou na última segunda-feira (7) que a moeda digital brasileira se chamará Drex. Em um ambiente seguro e com mínimas chances de fraudes, o real digital pretende ampliar as possibilidades de negócios e estimular a inclusão financeira.

De acordo com o BC a ideia é que o Drex seja usado no atacado para serviços financeiros, funcionando como um Pix (sistema de transferências instantâneas em funcionamento desde 2020), para quantias significativas e com diferentes finalidades. O consumidor vai precisar converter reais em Drex para enviar dinheiro e fazer o contrário para receber dinheiro.

Confira detalhes sobre o Real Digital no país

O que é o Drex?
O Drex que também pode ser chamado de Real Digital, vai funcionar como uma versão eletrônica do papel-moeda, que utiliza a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas. Classificada na categoria Central Bank Digital Currency (CBDC, Moeda Digital de Banco Central, na sigla em inglês), cada R$ 1 equivalerá a 1 Drex.

O blockchain é considerado á prova de hackers e definido como uma espécie de banco de dados ou de livro-razão com dados inseridos e transmitidos com segurança, rapidez e transparência. Essa tecnologia funciona como uma espécie de corrente de blocos criptografados, com cada elo fechado depois de determinado tempo. Nenhuma informação pode ser retirada ou mudada porque todos os blocos estão conectados entre si por senhas criptografadas.

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Entenda a diferença entre o Drex e o Pix –
Mesmo com características bem similares ao Pix por permitir pagamentos instantâneos entre instituições financeiras diferentes, o Drex funcionará de maneira diferente. No Pix, a transferência ocorre em reais e obedece a limites de segurança impostos pelo BC e pelas instituições financeiras. Já no Drex, a transferência utilizará a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas. Isso permitirá transações com valores maiores.

Veja quais serviços estarão disponíveis no Drex –
Entre os serviços disponibilizados através do Drex estão as transferências, pagamentos e até compra de títulos públicos. Os consórcios habilitados pelo Banco Central poderão desenvolver mais possibilidades, como o pagamento instantâneo de parcelas da casa própria, de veículos e até de benefícios sociais, conforme anunciado pelo consórcio formado pela Caixa Econômica Federal, a Microsoft do Brasil e a bandeira de cartões de crédito Elo.

O Drex ainda permitirá o uso de contratos inteligentes. No caso da venda de um veículo, não haveria a discussão se caberia ao comprador depositar antes de pegar o bem ou se o vendedor teria de transferir os documentos antes de receber o dinheiro. O processo passará a ser feito instantaneamente, por meio de um contrato automatizado, reduzindo o custo com burocracias, intermediários e acelerando as operações.

Acesso ao Drex –
Com previsão para o fim de 2024 ou início de 2025 o Drex só funcionará como uma moeda de atacado, trocada entre instituições financeiras. O cliente fará operações com a moeda digital, mas não terá acesso direto a ela, operando por meio de carteiras virtuais.

  • Primeiramente, o cliente (pessoa física ou empresa) deverá depositar em reais a quantia desejada numa carteira virtual, que converterá a moeda física em Drex, na taxa de R$ 1 para 1 Drex.
  • Essas carteiras serão operadas por bancos, fintechs, cooperativas, corretoras e demais instituições financeiras, sob a supervisão do BC.
  • Novos tipos de empresas com carteira virtual poderão ser criados, conforme a evolução da tecnologia.
  • Após a tokenização (conversão de ativo real em ativo digital), o cliente poderá transferir a moeda digital, por meio da tecnologia blockchain.
  • Caberá ao receptor converter os Drex em reais e fazer a retirada.
  • A tokenização pode ser definida como a representação digital de um bem ou de um produto financeiro, que facilita as negociações em ambientes virtuais.
  • Por meio de uma série de códigos com requisitos, regras e processos de identificação, os ativos (ou frações deles) podem ser comprados e vendidos em ambientes virtuais.

Confira os ativos testados no projeto piloto

  • depósitos de contas de reservas bancárias;
  • depósitos de contas de liquidação;
  • depósitos da conta única do Tesouro Nacional;
  • depósitos bancários à vista;
  • contas de pagamento de instituições de pagamento;
  • títulos públicos federais.

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