Pesquisa aponta que 78,5% das famílias brasileiras possuem dívidas

De acordo com os dados divulgados através da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer avançou 0,2 ponto percentual (pp) em junho, atingindo 78,5% das famílias no país.

Dentro desta porcentagem as famílias que se consideram com dívidas extremas são 18,5% desse total. Este é o maior volume da série histórica iniciada em janeiro de 2010 de acordo com a CNC, que divulgou os números nesta terça-feira (11).

Segundo a CNC o aumento de pessoas com dívidas interrompeu uma sequência de quatro meses de estabilidade do indicador. O presidente da CNC, José Roberto Trados afirma que a economia brasileira vive um cenário de dívidas e inadimplência crescente. Com isso se atinge a capacidade de consumo das famílias.

“O equilíbrio entre os objetivos de estabilidade de preços e o crescimento econômico é um desafio a ser perseguido e que será determinante para a retomada do desenvolvimento do País”, mostra texto apresentado pela CNC sobre o resultado de junho.

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De acordo com a pesquisa mesmo com o aumento das dívidas em junho, um mês antes do que era estimado, a parcela média da renda comprometida com dívidas registrou o menor percentual desde setembro de 2020, ao atingir 29,6%.

As regiões Sul e a Sudeste foram as que tiveram maior número de famílias com dívidas. A população de Minas Gerais é a mais endividada entre os estados. São 94,9% do total. Na sequência, ficaram o Paraná, com 94,7%; e o Rio Grande do Sul, com 93,9%. Mato Grosso do Sul teve o menor índice de endividamento do país (59,1%), seguido por Pará (62%) e Piauí (65%).

Aumento da inadimplência em decorrência das dívidas

A inadimplência apresentada acompanhou o movimento de avanço do endividamento em junho. O total de famílias com dívidas atrasadas chegou a 29,2%, o que significa alta de 0,1 pp.

Do total de consumidores com dívidas atrasadas, 4 em cada 10 entraram em junho sem condições de pagar os compromissos de meses anteriores, maior proporção desde agosto de 2021. Também cresceu o número de consumidores com atrasos há mais de 90 dias, que, em junho, atingiu 46% do total de inadimplentes.

De acordo com a economista Izis Ferreira responsável pela pesquisa, isso quer dizer que a cada 100 consumidores com dívidas atrasadas 46 estão com atrasos há mais de três meses. “E a proporção vem crescendo.”

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