CPMI do 8 de janeiro avalia propor acordo de delação a Mauro Cid

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que na próxima semana a Comissão vai propor um acordo de delação premiada ao tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O acordo seria em troca de uma redução da possível pena que o ex-ajudante receberia em razão das investigações sobre os atos golpistas e a suspeita de fraude em cartões de vacinação. Esse tipo de acordo é inédito em CPIs.

“Eu até encaminhei isso para a advocacia da Casa, no sentido de a gente ter um respaldo técnico mais efetivo, mas os caminhos de fato dão para isso. É um instrumento relativamente novo, que data de 2013. De lá para cá no âmbito, por exemplo, de uma CPI de fato ela não foi implantada. Mas há todas as condições para que isso venha ocorrer e colocaremos à disposição desses depoentes”, afirmou a senadora Eliziane, relatora da comissão, em entrevista à rádio CBN.

Ainda de acordo com a relatora, para o acordo ser firmado, além da iniciativa do depoente, é preciso que a delação seja aprovada em plenário, haja uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e uma homologação do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quinta-feira (24) a comissão aprovou a reconvocação de Mauro Cid. Ele foi ouvido pela CPMI em julho, mas desde então, novos fatos vieram à tona. Na época, o tenente coronel optou por ficar em silêncio na maioria das respostas.

Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio em uma investigação da Polícia Federal (PF) que investiga a inserção dados falsos de vacinação contra a COVID-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Mas também está envolvido no caso das joias. Ainda na quinta-feira, na CPI do Distrito Federal, Cid novamente optou por ficar em silêncio.

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Mauro Cid e a venda das joias

O advogado Cezar Bitencourt, do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid enfatizou á revista Veja que seu cliente irá afirmar que vendeu nos Estados Unidos as joias recebidas pelo ex-presidente. E que repassou a ele os valores obtidos com a negociação em dinheiro.

De acordo com Bitencourt, Cid dirá à Justiça que toda a movimentação em torno das joias e presentes de delegações estrangeira foi feita sob ordens de Bolsonaro. Ele afirmará também, ainda segundo o advogado, que o ex-mandatário sabia das irregularidades das transações.

A Polícia Federal (PF) investiga a venda de dois relógios de luxo, um da marca Rolex e outro da marca Patek Philippe. As duas peças teriam sido vendidas em uma loja no Estado norte-americano da Pensilvânia por US$ 68.000. Um dos relógios, o da marca Rolex, foi readquirido nos EUA por Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro Ele disse ter comprado a peça para “cumprir decisão do TCU” e negou que tivesse agido a pedido de Cid ou do ex-presidente.

Cezar Bitencourt ingressou na defesa de Mauro Cid depois que o advogado Bernardo Fenelon deixou o caso. Ele alegou “questões íntimas”. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso desde maio de 2023.

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