Elon Musk busca novo participante para teste de chip cerebral
Empresário anunciou que a Neuralink está recrutando o segundo participante para testar o implante cerebral que permite controlar dispositivos com o pensamento.
Elon Musk, o magnata da tecnologia, anunciou nesta sexta-feira (17) que sua empresa, Neuralink, está em busca de um segundo participante para os testes clínicos do seu implante cerebral, projetado para permitir que as pessoas controlem dispositivos externos apenas com o pensamento.
“Neuralink está aceitando inscrições para o segundo participante. Trata-se de um implante cerebral cibernético de telepatia que permite controlar o telefone e o computador apenas pensando“, afirmou Musk. O empresário destacou que Noland Arbaugh, o primeiro paciente a receber o implante, compartilhará suas experiências com o novo participante. “Ninguém melhor que o próprio Noland para falar do primeiro implante!“, comentou.
Em um vídeo compartilhado por Elon Musk, a Neuralink descreveu a convocação como destinada a pessoas com quadriplegia, que desejam explorar novas formas de controlar seus computadores. A empresa destacou que redefinir os limites da capacidade humana requer pioneiros dispostos a enfrentar desafios.
Musk informou que a Neuralink implantou seu primeiro chip cerebral N1 em um paciente humano em janeiro, como parte do estudo da interface cérebro-computador sem fio. O paciente, Noland Arbaugh, de 29 anos, sofreu uma lesão na medula espinhal durante um acidente de mergulho há oito anos, resultando em quadriplegia.
Primeiros resultados e expectativas
A Neuralink celebrou recentemente os 100 dias desde a cirurgia de Arbaugh para a implantação do dispositivo. Arbaugh relatou melhorias significativas em sua qualidade de vida, embora a empresa tenha mencionado alguns problemas iniciais. Espera-se que a Neuralink implante 10 dispositivos N1 até o final deste ano.
O estudo PRIME (Precise Robotically Implanted Brain-Computer Interface) da Neuralink, autorizado pela FDA, visa avaliar a segurança do implante N1 e do robô cirúrgico R1, além de verificar a funcionalidade inicial da interface cérebro-computador. O robô R1 será utilizado para inserir os finos e flexíveis fios do implante N1 em uma região do cérebro que controla a intenção de movimento. O objetivo inicial é permitir que pessoas com paralisia controlem um cursor de computador ou teclado apenas com o pensamento.
Antes do implante, Arbaugh usava um bastão bucal para operar um tablet, o que causava desconforto e fadiga muscular. Após a cirurgia, ele tem controlado seu laptop, jogado online e até utilizado um console de jogos, tudo com sua mente.
“[O implante] me ajudou a me reconectar com o mundo, meus amigos e minha família. Deu-me a capacidade de fazer coisas sozinho novamente, sem precisar da minha família o tempo todo”, declarou Arbaugh.
Nas semanas seguintes à cirurgia, alguns fios do implante retraíram do cérebro, resultando em uma diminuição do número de eletrodos eficazes. Neuralink ajustou o algoritmo de gravação para melhorar a tradução dos sinais neurais em movimentos do cursor, resultando em melhorias contínuas no desempenho do dispositivo.
A empresa continua trabalhando para melhorar a precisão do controle do cursor e expandir a funcionalidade do implante para incluir a entrada de texto e o controle de dispositivos físicos, como braços robóticos e cadeiras de rodas, para aumentar a autonomia de pessoas com quadriplegia.