Chega à Terra primeira amostra de asteroide coletada pela Nasa
Em um feito histórico para a ciência e a exploração espacial, uma cápsula contendo rochas e poeira do asteroide Bennu, coletada pela missão OSIRIS-REx da NASA, finalmente chegou à Terra. Esse sucesso não apenas marca um marco na investigação científica, mas também mostra o imenso potencial da cooperação humana na busca pelo desconhecido.
Às 10:52 (EDT) de domingo, a cápsula tocou o solo em uma área designada no Departamento de Defesa de Utah, próximo a Salt Lake City. Em menos de 90 minutos, o precioso objeto foi transferido para uma sala limpa temporária.
Uma das tarefas mais críticas do dia foi garantir que a amostra estivesse sob um “flush de nitrogênio“. Isso porque o nitrogênio, ao não interagir com a maioria dos outros químicos, mantém a amostra pura, afastando contaminantes terrestres.
Essas amostras de Bennu podem revolucionar nossa compreensão sobre a formação planetária, a origem de compostos orgânicos e a água que possibilitou a vida na Terra. Além disso, oferecem insights valiosos sobre asteroides potencialmente perigosos.
Contribuições e reações
Bill Nelson, Administrador da NASA, elogiou o feito: “Parabéns à equipe OSIRIS-REx por uma missão perfeita – o primeiro retorno de amostra de asteroide americano na história“. Ele destacou que as descobertas do asteroide Bennu são apenas o começo de uma série de missões espaciais planejadas, sugerindo que a “Autumn Asteroid” está apenas começando.
De fato, esta amostra estimada em 250 gramas será transportada para o Johnson Space Center da NASA em Houston no dia 25 de setembro. Lá, os cientistas terão o privilégio de desmontar a cápsula, pesar a amostra, catalogar as rochas e, eventualmente, distribuir pedaços de Bennu para pesquisadores de todo o mundo.
Esta entrega histórica foi resultado de um esforço coletivo desde o lançamento da nave espacial em 8 de setembro de 2016. Dante Lauretta, principal investigador da missão, expressou seu entusiasmo: “Hoje marca um marco extraordinário não apenas para a equipe OSIRIS-REx, mas para a ciência como um todo“.
Depois de viajar bilhões de milhas, a cápsula foi liberada para a atmosfera da Terra, atravessando-a a impressionantes 44.500 km/h. Graças à eficiência de dois paraquedas, a cápsula teve um pouso suave, sendo recuperada e avaliada pela equipe, que a encontrou em perfeito estado.
Diversas instituições desempenharam papéis cruciais para garantir o sucesso da missão OSIRIS-REx. A Universidade do Arizona liderou a equipe científica, enquanto a Lockheed Martin Space foi responsável pela construção da espaçonave. Outras parcerias internacionais enriqueceram a missão, incluindo colaborações com a Agência Espacial Canadense e a missão Hayabusa2 da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão.