Desenvolvido pela UFRN, novo instrumento inicia busca por exoplanetas
A busca por novos mundos além do nosso sistema solar acaba de ganhar um impulso significativo, graças ao desenvolvimento de uma inovadora ferramenta de detecção de exoplanetas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Este instrumento, que passou a operar no Observatório de La Silla, no Chile, promete revolucionar nossa compreensão dos confins do universo.
Projetando o Futuro da Exploração Espacial
O projeto, conhecido como NIRPS (Near Infrared Planet Searcher), utiliza a técnica de oscilação gravitacional para medir as oscilações estelares e detectar a presença de planetas ao redor de outras estrelas. Com uma expectativa de vida útil de cerca de uma década, este “caçador de exoplanetas” irá não apenas descobrir novos mundos, mas também buscará evidências de vida em suas atmosferas.
NIRPS e HARPS: Uma Aliança Estelar
O NIRPS não está sozinho em sua missão. Trabalhando em conjunto com o HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher), outro espectrógrafo no observatório de La Silla, que tem descoberto numerosos exoplanetas desde 2003, o NIRPS promete acelerar e aprofundar a busca por mundos distantes.
A construção do NIRPS envolveu um investimento de aproximadamente 10 milhões de euros e contou com a colaboração de várias instituições além da UFRN, incluindo as Universidades de Montreal, Genebra, Grenoble e Porto, e o Instituto de Astrofísica de Tenerife.
Pioneirismo e Inovação na Busca por Exoplanetas
Segundo Renan de Medeiros, astrônomo e líder local do projeto, o NIRPS representa um marco na exploração de exoplanetas. Este é o primeiro instrumento exclusivamente dedicado a essa tarefa e proporcionará condições ideais para observações de longo prazo, essenciais para a descoberta de mundos habitáveis. Além disso, graças à sua tecnologia inovadora e precisão, o NIRPS permitirá a detecção de biomoléculas, que podem indicar a presença de vida.
Ampliando Nossos Horizontes Cósmicos
A colaboração entre o NIRPS e o HARPS proporcionará uma compreensão mais profunda dos mundos rochosos e de sua composição. O NIRPS opera na região do infravermelho, enquanto o HARPS opera na região visível. Ao combinar essas duas faixas espectrais, será possível obter uma visão abrangente e identificar propriedades físicas e a composição química das atmosferas planetárias.
Com acesso a 720 noites de observações com o NIRPS ao longo de cinco anos, a equipe da UFRN, juntamente com seus parceiros de outras universidades, espera descobrir dezenas de novos mundos no cosmos. “Vamos torcer muito para que pelo menos um desses mundos seja idêntico ao nosso belo planeta azul, a Terra“, conclui Medeiros.
Nesta nova era de exploração cósmica, a UFRN demonstra como a ciência e a colaboração global podem se unir para desvendar os mistérios mais profundos do universo. Com o NIRPS, estamos um passo mais perto de responder à pergunta que tem cativado a humanidade desde tempos imemoriais: estamos sozinhos no universo?