Aeroporto de Natal é o 3º pior sob concessão do Brasil, segundo ranking da ANAC
Divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), os dados do chamado “Fator Q”, classificou o Aeroporto Internacional Aluízio Alves (Aeroporto de Natal), como o terceiro pior do país. A lista que conta 12 aeroportos é usada para avaliar o desempenho dos aeroportos brasileiros concedidos à iniciativa privada.
A ANAC utiliza o Índice de Qualidade de Serviço (IQS) para monitorar o desempenho dos aeroportos, concedidos à iniciativa privada, em relação a esses indicadores. O IQS é uma ferramenta importante para verificar se as concessionárias estão cumprindo os padrões estabelecidos nos contratos de concessão. Os aeroportos que não alcançam um desempenho satisfatório podem sofrer penalidades, como redução de tarifas e multas.
Um dos principais instrumentos de avaliação é o chamado Fator Q, que é calculado anualmente com base no desempenho dos aeroportos em relação ao IQS. Esse fator varia de -7,5% a 2%, refletindo o desempenho de cada aeroporto. Os aeroportos com melhor desempenho recebem um Fator Q positivo, enquanto aqueles com desempenho inferior ao padrão estabelecido pela ANAC podem ter um Fator Q negativo.
Atualmente, o Fator Q é aplicado em 12 aeroportos brasileiros, incluindo os principais terminais do país, como Brasília, Guarulhos, Galeão e Confins. A avaliação dos serviços prestados é feita por meio de pesquisas de satisfação, dados de movimentação aeroportuária e informações fornecidas pelas concessionárias. Todos os dados são auditados pela ANAC e por empresas independentes contratadas pelas concessionárias para garantir sua confiabilidade.
É importante ressaltar que o Fator Q não se limita apenas a indicadores quantitativos, mas também leva em consideração a qualidade dos serviços prestados. Por isso, a ANAC acompanha de perto cada indicador e as concessionárias podem ser penalizadas caso não ofereçam um serviço adequado.
Aeroporto de Natal
Prestes a ser assumido pela Zurich Airport Brasil, o que ocorrerá no próximo dia 19 de fevereiro, o Aeroporto de Natal obteve 1,4667% de pontuação. Com essa marca, o principal portão de chegada de turistas no RN ficou à frente apenas do Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) – Governador André Franco Montoro (0,4748%) e do Aeroporto Internacional de Viracopos-Campinas (1,1536%).
Calculado anualmente o índice teve sua última medição, aferida em 2023, e na visão da ANAC, apesar da oscilação entre os desempenhos, o resultado geral foi considerado positivo em todos os aeroportos. O melhor resultado (1,9954%) foi alcançado pelo Aeroporto de Confins (MG), prestes a assumir o comando do Aeroporto de Natal, a Zurich Airport Brasil faz parte da administração em Confins.
Vale lembrar que em maio de 2023, o grupo suíço Zurich Airport venceu a relicitação pública para operar o Aeroporto de Natal. Desde 17 de janeiro de 2024, o grupo deu início a fase de operação assistida.
“Fator Q”
Apesar de servir de parâmetro de qualidade, os objetivos do Fator Q não são iguais para todos os aeroportos. Na verdade ele difere muitas vezes nas verificações que ocorrem anualmente.
Como o objetivo é buscar a melhoria contínua do serviço prestado, a composição do fator pode ser recalibrada. Como o peso de cada indicador no cálculo do fator é definido nos contratos de concessão, não é possível comparar os desempenhos entre aeroportos.
Até mesmo o período de avaliação é diferente entre os 12 aeroportos avaliados. No Aeroporto de Natal, assim como em Brasília, Guarulhos, Campinas, Galeão e Belo Horizonte, o período avaliado é de janeiro a dezembro.
Já os aeroportos de Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador possuem aferição de abril de um ano a março do seguinte. E, por fim, em Recife e Curitiba a aferição ocorre entre agosto e julho, de forma que o Fator Q desses aeroportos foi calculado com base nos indicadores de agosto de 2022 a julho de 2023.
A cada cinco anos, no processo de revisão dos parâmetros de concessão, a composição é atualizada para se adequar à nova realidade de cada aeroporto. No Aeroporto de Natal, o Fator Q começou a impactar no reajuste de 2016, com base nos dados apurados em 2015.