Silvio Santos ajudou na criação da TV Ponta Negra, primeira emissora do RN
Micarla de Sousa, filha de Carlos Alberto e atual CEO da TV Ponta Negra, destacou que, além de ajudar na criação da emissora, Silvio Santos foi um apoio essencial durante a doença de seu pai, ajudando a custear o tratamento médico.
A morte de Silvio Santos, aos 93 anos, não só marcou o fim de uma era na televisão brasileira, mas também trouxe à tona histórias de sua influência e generosidade, que transcenderam a tela. Entre essas histórias, destaca-se a criação da TV Ponta Negra, a primeira emissora de televisão do Rio Grande do Norte, onde a contribuição de Silvio foi essencial para transformar o sonho do empresário potiguar Carlos Alberto de Sousa em realidade.
Durante os anos 1980, Carlos Alberto de Sousa planejava lançar a primeira emissora de TV do estado, mas enfrentava dificuldades financeiras significativas. Foi então que Silvio Santos, já um gigante da televisão, se tornou seu parceiro nesse projeto. Silvio enviou a maior parte dos equipamentos necessários para que a TV Ponta Negra pudesse iniciar suas operações, um gesto que foi crucial para superar os desafios da época e garantir que o sonho de Carlos Alberto se concretizasse.
A parceria que fez história
Além de fornecer os equipamentos, Silvio Santos sugeriu que a TV Ponta Negra se afiliasse à Rede Globo, a líder de audiência no Brasil. No entanto, Carlos Alberto decidiu seguir com o SBT, tornando a TV Ponta Negra a primeira emissora do país a optar pela afiliação ao SBT em vez da Globo. Essa decisão refletiu a confiança e a visão compartilhada entre os dois empresários.
A TV Ponta Negra entrou no ar oficialmente em 15 de março de 1987, com uma estreia que contou com a transmissão da posse do então governador do estado, Geraldo Melo. Para garantir o sucesso da estreia, Silvio Santos enviou uma equipe de profissionais do SBT, incluindo Murilo Fraga, atual diretor de programação do SBT, para auxiliar a nova emissora.
Gratidão e reconhecimento
A contribuição de Silvio Santos para a TV Ponta Negra vai além do fornecimento de equipamentos e apoio técnico. Ele também se mostrou presente nos momentos mais difíceis da vida de Carlos Alberto, ajudando a custear o tratamento médico do empresário durante sua doença, que acabou o levando em 1998. Micarla de Sousa, filha de Carlos Alberto e atual CEO da TV Ponta Negra, relembrou com gratidão o papel de Silvio na história de sua família e da emissora. “Silvio Santos sonhou junto com meu pai e o fez ousar ao colocar a primeira emissora de TV do RN com o sinal do SBT, em vez da toda poderosa Globo,” disse Micarla.
A relação entre as famílias Sousa e Abravanel é um testemunho do impacto que Silvio Santos teve não apenas como comunicador, mas como um homem generoso e visionário, disposto a investir em projetos que acreditava, mesmo quando o retorno financeiro não era garantido. Micarla expressou sua eterna gratidão a Silvio, destacando que o Brasil não perdeu apenas um grande apresentador, mas também um ser humano que sempre buscou fazer o bem.
No Rio Grande do Norte, a história da TV Ponta Negra é intrinsecamente ligada ao SBT. A emissora, que estreou com uma programação variada e inspirada nos moldes do SBT, se destacou por seus programas de auditório, ganhando o apelido de “Silvio Santos do Nordeste” para Carlos Alberto. Mesmo após a venda parcial da emissora em 2013 e sua posterior retomada pela família Sousa, o legado de Silvio Santos continua a ser uma inspiração para a comunicação local.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, também lamentou a perda de Silvio Santos, destacando sua importância como “um mestre na arte de entreter” e como “um homem cuja trajetória inspirou milhões.” Em nota, Fátima ressaltou que o Brasil chora a perda de seu maior comunicador e expressou suas condolências à família Abravanel e aos colaboradores do SBT.
Silvio Santos não foi apenas um ícone da televisão nacional; ele foi um homem que, com sua generosidade e visão, ajudou a transformar sonhos em realidade, como foi o caso da TV Ponta Negra. Seu legado, tanto no Rio Grande do Norte quanto em todo o Brasil, permanecerá vivo nas memórias e na história da comunicação do país.