Internos de Alcaçuz concluem capacitação e produzem 35 mil blocos de concreto
O curso é um preparativo para a fábrica que será instalada dentro da Penitenciária.
Um grupo de cinquenta internos da Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, concluiu recentemente o curso de fabricação e instalação de pisos intertravados, uma capacitação promovida pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) e pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), com a colaboração da Associação ReforAMAR. Este curso faz parte do Programa Novos Rumos do TJRN e inclui aulas teóricas e práticas.
Helton Edi, secretário da Administração Penitenciária, destacou a relevância do projeto, apontando-o como um passo crucial para criar oportunidades de emprego no sistema prisional do RN. “Este curso, assim como outros oferecidos, visa proporcionar oportunidades de trabalho tanto dentro quanto fora do sistema prisional, além de contribuir para a remissão de pena. É uma iniciativa que se conecta diretamente com a segurança pública, pois, em algum momento, esses internos retornarão à sociedade. Nosso objetivo é que saiam daqui melhores do que chegaram“, afirmou. O curso prepara os internos para trabalhar na fábrica que será instalada em Alcaçuz.
Durante a capacitação, os internos produziram 35 mil blocos de concreto utilizados na construção de uma rua dentro da penitenciária. O juiz Gustavo Marinho, coordenador do Programa Novos Rumos, salientou a importância dessa formação, já que os pisos intertravados têm alta demanda, especialmente para pavimentação de ruas e praças.
“O Tribunal de Justiça oferece esta oportunidade de trabalho, permitindo que os internos saiam daqui com uma nova qualificação. O TJRN cumpre sua responsabilidade social com ações como esta e a fabricação de chinelos no sistema prisional“, disse Marinho.
Os internos receberam certificados de conclusão, e dois deles, que recentemente progrediram para o regime semiaberto, também foram agraciados. A cerimônia contou com a presença da secretária adjunta da SEAP, Arméli Brennand; a coordenadora executiva da administração Penitenciária, Regina Ribeiro; o diretor de Alcaçuz, João Paulo; o juiz corregedor do TJRN, Felipe Barros; e a presidente da ReforAmar, Fernanda Silmara.
Para Arméli Brennand, a iniciativa traz benefícios tanto para o sistema prisional quanto para os internos. “Eles contribuem para a unidade prisional através do trabalho, reduzindo suas penas e trazendo retorno ao Estado. Com a qualificação profissional, estão mais preparados para sobreviver dignamente após saírem do sistema prisional“, comentou.
A seleção dos participantes foi feita pela Comissão Técnica de Classificação (CTC), que avaliou a aptidão para o estudo e o trabalho, bem como a conduta carcerária dos internos. As atividades educacionais e laborais seguem as diretrizes da Lei de Execuções Penais (LEP) e são supervisionadas pela Polícia Penal.
Este curso é mais um exemplo de como a reinserção social e a capacitação profissional são pilares fundamentais para a transformação de vidas dentro do sistema prisional.