Policiais acusados da morte de Giovanni Gabriel são absolvidos por jurados
O Ministério Público do Rio Grande do Norte já recorreu da sentença, afirmando que a decisão dos jurados foi contrária às provas apresentadas nos autos.
Os quatro policiais militares acusados da morte de Giovanni Gabriel de Souza Gomes foram absolvidos pelos jurados em uma sessão do júri popular. O julgamento começou na última terça-feira (2) e terminou pouco após às 22h da quinta-feira (4), no Fórum Municipal de Parnamirim.
Os jurados absolveram os réus com base na tese de negativa de autoria, entendendo que os acusados não foram responsáveis pela morte de Giovanni Gabriel, ocorrida em junho de 2020. O júri foi presidido pelo juiz Marcos Sampaio, da 1ª Vara Criminal de Parnamirim. Os policiais absolvidos são Anderson Adjan Barbosa de Souza, Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Paullinelle Sidney Campos Silva.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) anunciou que já recorreu da sentença, afirmando que a decisão dos jurados foi contrária às provas apresentadas nos autos.
O caso Giovanni Gabriel
Giovanni Gabriel de Souza Gomes desapareceu no dia 5 de junho de 2020, e seu corpo foi encontrado apenas no dia 14. Na manhã do desaparecimento, ele saiu do bairro Guarapes, zona Oeste de Natal, rumo à casa da namorada em Parnamirim. De acordo com familiares, o namoro não era aprovado pelos pais da jovem, o que levou Giovanni a esconder sua bicicleta em um terreno próximo à residência.
Quando saía do terreno, Giovanni foi abordado por uma viatura com os policiais Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Souza, que o levaram. Segundo a denúncia do MPRN, esses policiais eram lotados no Batalhão da PM de Goianinha, fora de sua área de patrulhamento.
No dia do desaparecimento, Paulinelle Sidney Campos Silva relatou que sua cunhada havia sido vítima de um assalto e que seu veículo, um Hyundai i30, foi roubado. De acordo com a sentença, o assalto ocorreu por volta das 6h40, e às 7h15, Paulinelle contatou seus colegas para iniciar a busca pelos assaltantes, ignorando os procedimentos padrão da corporação e sua área de patrulhamento.
Às 7h49, Platinny Willer Campos Silva, irmão de Paulinelle, informou que o carro havia sido encontrado próximo ao loteamento onde vivia a namorada de Giovanni Gabriel. Os policiais encontraram Giovanni no local, logo após ele ter guardado sua bicicleta.
Os policiais então colocaram Giovanni na viatura e o levaram para a zona rural de São José do Mipibu. A quebra do sigilo telefônico revelou que Paullinelle, que estava em outra viatura, foi informado sobre o sequestro e a iminente execução de Giovanni. Segundo a denúncia, os policiais dispararam dois tiros na nuca do estudante.
O caso continua com o recurso do MPRN, que contesta a absolvição dos policiais, afirmando que as provas nos autos eram suficientes para uma condenação.
