Policiais Civis do RN mantêm greve apesar de Decisão Judicial
"A luta seguirá firme até que a governadora tenha um gesto de reconhecimento aos policiais civis. O que está sendo pedido é justo", dispara sindicato da categoria.
Os policiais civis do Rio Grande do Norte decidiram continuar com a greve iniciada na última terça-feira (23), apesar de uma ordem judicial emitida para encerrar imediatamente a paralisação. A decisão veio do desembargador Dilermando Mota, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), na quarta-feira (24), que também estipulou uma multa diária de R$ 5 mil, podendo chegar a um total de R$ 100 mil, caso a determinação não seja cumprida.
O Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do Rio Grande do Norte (SINPOL-RN) afirmou que ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão judicial. Em resposta, a categoria optou por manter o movimento grevista, com a reabertura apenas dos plantões durante a noite e madrugada e uma nova mobilização iniciada desde as 8h desta quinta-feira (25) na sede da Central de Flagrantes.
Negociações salariais em impasse
Nilton Arruda, presidente do SINPOL-RN, detalhou que as negociações salariais com o governo estadual fracassaram. Segundo ele, foi proposto um reajuste salarial de 10%, a ser aplicado em duas parcelas: 5% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2025. No entanto, o governo do estado propôs apenas 5,3% de aumento, valor considerado insuficiente pelo sindicato.
“É a menor valorização que ele [o governo] está dando entre todas as categorias da Segurança Pública, e nós somos a categoria que mais teve perdas inflacionárias. Então, não temos como aceitar isso“, declarou Arruda.
Continuidade da greve e expectativas
Na noite de quarta-feira (24), os policiais se reuniram em Assembleia Geral e optaram por prosseguir com a paralisação. A categoria da Polícia Civil espera que o governo estadual apresente uma nova proposta que reconheça adequadamente o trabalho dos policiais.
A delegada-geral da Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva, comprometeu-se a se encontrar com a governadora Fátima Bezerra para discutir as demandas dos policiais. A expectativa era que uma resposta fosse dada até o início da noite de quarta-feira (24), mas até então, nenhum retorno foi confirmado.
“A luta seguirá firme até que a governadora tenha um gesto de reconhecimento aos policiais civis. O que está sendo pedido é justo e, inclusive, o Governo já concedeu para outras categorias da Segurança Pública. Então, agora só falta a vontade política da chefe do Executivo para encerrarmos esse movimento“, enfatizou Nilton Arruda.
A continuação da greve reflete a insatisfação dos policiais civis com a oferta atual do governo e a disposição da categoria em buscar condições melhores de valorização profissional.