Ceará tem 96 casos de febre Oropouche confirmados
O Ceará confirmou 96 casos de febre Oropouche, concentrados no Maciço de Baturité. A doença, não endêmica no estado, não resultou em casos graves.
A Secretaria Estadual de Saúde do Ceará (Sesa) confirmou 96 casos de febre Oropouche no estado, conforme o boletim epidemiológico divulgado na última semana. A doença viral, transmitida pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim, polvinha ou mosquito-pólvora, está concentrada em cinco municípios da região do Maciço de Baturité. Apesar do aumento expressivo de casos, nenhum deles foi considerado grave até o momento.
Esse surto é considerado um evento atípico, já que a febre Oropouche não é endêmica no Ceará. Os casos confirmados representam uma nova preocupação para a saúde pública local, especialmente após o registro das primeiras mortes por febre Oropouche no Brasil em julho deste ano. Até então, não havia relatos na literatura científica mundial sobre óbitos decorrentes dessa doença.
Distribuição dos casos por município
Os casos de febre Oropouche no Ceará estão concentrados em cinco municípios: Pacoti (28 casos), Mulungu (26), Aratuba (22), Redenção (17) e Palmácia (03). Essa concentração geográfica sugere uma propagação localizada da doença, exigindo ações específicas de controle e prevenção nessas áreas.
As autoridades de saúde estão monitorando de perto a situação e implementando medidas para evitar a disseminação do vírus para outras regiões. A vigilância epidemiológica está reforçada, com campanhas de conscientização e orientações para a população sobre as formas de prevenção da doença.
Sintomas e transmissão
A febre Oropouche é caracterizada por sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa e dores musculares. O vírus é transmitido principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, que se desenvolve em ambientes úmidos e ricos em matéria orgânica. A maioria dos infectados no Ceará reside ou frequenta a zona rural, o que pode estar relacionado à maior exposição a esses ambientes.
Além das medidas de controle dos vetores, é fundamental que a população esteja atenta aos sintomas e busque atendimento médico imediato em caso de suspeita de infecção. A rápida identificação e tratamento dos casos são essenciais para evitar complicações e a propagação da doença.
Perfil dos infectados
Dos 96 casos confirmados, 57% dos pacientes são do sexo masculino. A faixa etária dos infectados varia de 14 a 79 anos, indicando que a doença pode afetar pessoas de diferentes idades. Este perfil demográfico ajuda a direcionar as ações de saúde pública, garantindo que todas as faixas etárias sejam cobertas pelas medidas preventivas.
A Sesa continua a realizar investigações epidemiológicas para entender melhor a dinâmica de transmissão da febre Oropouche no estado. Estudos complementares estão sendo conduzidos para identificar possíveis fatores de risco e melhorar as estratégias de controle da doença.
Com a confirmação dos 96 casos, o Ceará reforça a importância da vigilância contínua e da adoção de medidas preventivas pela população. A colaboração entre as autoridades de saúde e a comunidade é crucial para controlar o surto e prevenir novos casos de febre Oropouche.