Sarto reforça candidatura e critica PT: “coronelismo”
O prefeito de Fortaleza, José Sarto, criticou duramente Lula e o governador Elmano de Freitas, acusando-os de retornarem ao coronelismo e serem coniventes com o crime organizado no Ceará. Sarto destacou a polarização política e a falta de autocrítica do PT, diferenciando as alianças do PDT no nível estadual e federal.
Em uma sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo, o prefeito de Fortaleza e pré-candidato à reeleição, José Sarto (PDT), fez duras críticas ao presidente Lula e ao governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). Sarto acusou a atual gestão estadual de retornar ao coronelismo, denunciando uma conivência com o crime organizado e a falta de espaço para opiniões divergentes na política cearense.
O prefeito também apontou que Lula está desatualizado em relação ao cenário mundial e às dificuldades econômicas que o Brasil enfrenta hoje. Segundo ele, a falta de autocrítica e a polarização política promovida pelo PT prejudicam o desenvolvimento do país, levando a uma “dogmatização” da política nacional.
Críticas à gestão estadual
José Sarto foi enfático ao criticar a administração do governador Elmano de Freitas, acusando-a de revisitar práticas do coronelismo. Ele destacou os altos índices de violência no Ceará, sugerindo que a gestão atual é conivente com o crime organizado. “O que tem acontecido nesse atual governo do PT é uma revisita a um passado tenebroso de coronelismo cibernético, de coronelismo partidário, em que se deve rezar pela cartilha do atual governante”, afirmou Sarto.
O prefeito ressaltou que a falta de espaço para opiniões divergentes e posições antagônicas é uma característica preocupante da administração atual. Para ele, essa situação representa um retrocesso democrático e limita o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes e plurais.
Análise da política nacional
Em relação ao governo federal, Sarto criticou a abordagem de Lula, afirmando que o presidente continua governando como se estivesse nos anos 2000, sem considerar as mudanças no cenário mundial. Ele apontou a desvalorização do real e a crise econômica como indicadores de que o Brasil está perdendo força sob a atual administração. “Lula pensa que está governando em 2002 ou 2008. Os números estão dizendo que o Brasil está perdendo força”, declarou o prefeito.
Sarto também mencionou a “dogmatização” da política nacional, com uma polarização entre “nós contra eles”, o que, segundo ele, impede a autocrítica necessária para enfrentar os desafios contemporâneos. Essa falta de autoavaliação, na visão do prefeito, agrava ainda mais a situação política e econômica do país.
Relação PDT x PT
O prefeito de Fortaleza destacou que, embora o PDT esteja alinhado com o PT no governo federal, essa parceria não se reflete no Ceará. Ele explicou que houve uma ruptura no projeto político estadual, liderada pelo PT, o que resultou em uma oposição do PT à sua gestão em Fortaleza. “Aqui no Ceará, nós temos claramente essa divisão do PT com o PDT porque houve a ruptura de um projeto que estava em curso, liderada pelo PT”, disse Sarto.
Além disso, Sarto minimizou a recente aproximação do ex-governador Ciro Gomes (PDT) a figuras do bolsonarismo no estado. Para ele, essa situação é apenas uma das muitas contradições do complexo cenário político brasileiro, onde todos os partidos enfrentam desafios e alianças inesperadas. “O PDT está dentro desse complexo mundo político brasileiro e nós temos peculiaridades locais”, concluiu.