Bolsonaro pede desculpas por fake news sobre vacina: “um equívoco”
Ex-presidente reconheceu erro em dizer que a vacina geraria acúmulo de grafeno nos testículos. Bolsonaro será julgado na próxima quinta (22/6) pelo TSE por divulgar inverdades sobre urnas eletrônicas
O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas neste domingo (17 de junho) por ter espalhado desinformações sobre a vacina contra a covid-19. A fake news da qual ele se referiu foi proferida no sábado (16/6), na cidade de Jundiaí, em São Paulo, onde o político relacionou as vacinas contra a covid-19 com a substância grafeno.
Bolsonaro sugeriu erroneamente que os imunizantes provocariam acúmulo desta substância nos testículos e nos ovários.
Este equívoco de Bolsonaro, agora retratado, surge em meio a um contexto particularmente delicado. Daqui a quatro dias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará o ex-presidente por possivelmente ter disseminado informações enganosas sobre as eleições brasileiras a representantes de embaixadas em 2022.
“Um Equívoco da Minha Parte”
Reconhecendo a imprecisão em suas afirmações, Bolsonaro pediu desculpas através de uma postagem no Facebook. Ele admitiu ter cometido um erro ao relacionar as vacinas contra a COVID-19 com o grafeno, uma alegação que, em agosto de 2021, já havia sido comprovadamente refutada.
“Em relação a uma conversa no dia de ontem, na cidade de Jundiaí (SP), sobre a existência de óxido de grafeno na vacina de tecnologia mRNA, houve um equívoco da minha parte“, escreveu Bolsonaro.
Conhecido por ser entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, o ex-presidente disse ter associado inadvertidamente essa substância com a vacina. “Mais uma vez lamento o falado e peço desculpas“, completou ele em sua postagem.
Inelegibilidade à Vista?
O contexto da retratação de Bolsonaro é de extrema importância, dado que o ex-presidente enfrenta um julgamento iminente pelo TSE. Nesse caso, ele é acusado de abuso de poder político e dos meios de comunicação para difundir desinformações eleitorais.
A ação, apresentada em agosto de 2022 pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), argumenta que o ex-presidente disseminou informações enganosas para representantes de embaixadas sobre o processo eleitoral brasileiro em 2022.
Agora, caso o TSE conclua que Bolsonaro efetivamente cometeu esses abusos, ele pode se tornar inelegível. Neste caso, as implicações são de amplo alcance, podendo modificar significativamente o cenário político brasileiro.