Bancos resistem a mudança em juros do crédito rotativo do cartão

Ainda não se tem um acordo entre o Governo Federal e os bancos para a redução dos juros rotativo do cartão de crédito, a modalidade tem a maior taxa de juros do mercado. O Banco Central do Brasil (BC) faz parte das conversas ocorridas no âmbito do programa Desenrola Brasil, que tem o intuito de ajudar a renegociar dívidas.

O último dado disponível foi registrado em maio e a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo foi de 455,1% ao ano, segundo informações do BC. Vale lembrar que o crédito rotativo é geralmente utilizado por quem não pode pagar o valor total da fatura do cartão na data do vencimento.

Uma das propostas levadas pelo setor financeiro que teve atenção especial foi a de acabar com a possibilidade de parcelamento sem juros de compras no cartão de crédito. Contudo isso foi recusado pelos integrantes do Executivo. Alguns integrantes do Ministério da Fazenda também descartaram o tabelamento de juros.

Entre as prioridades do ministro da Fazenda Fernando Haddad, está a redução dos juros rotativo do cartão de crédito. Porém de acordo com interlocutores do sistema financeiro as altas taxas cobradas na modalidade não são um tópico simples de ser resolvido.

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Desse modo, o governo e os bancos ainda estão longe de chegar a uma solução, uma vez que o mercado é complexo e possuí diferentes atores envolvidos. Entre eles: bancos, credenciadores e lojistas, sofreriam uma reação em cadeia em decorrência de eventuais mudanças.

Durante as reuniões foi sugerido também ampliar a comunicação para a população sobre o risco de tomar um crédito com juros de mais de 400% ao ano. Isso poderia ser feito através de campanhas.

Bancos propõem parcelamento sem juros

Entre as propostas apresentadas pelos executivos dos bancos, acabar com o parcelamento de compras no cartão de crédito sem juros foi uma delas. Essa é uma modalidade que só existe no Brasil, para os interlocutores das instituições, esse modelo tem uma série de problemas.

Isso porque cria-se um subsídio cruzado ao embutir (na própria tarifa) uma espécie de “prêmio” para eventual inadimplência por conta do parcelamento. Desse modo, acaba estimulando o crédito rotativo, gerando uma “bola de neve”. Ou seja, de acordo com essa visão apresentada encarece as compras ao mesmo tempo em que cria condições para mais pessoas entrarem no rotativo do cartão de crédito.

Por sua vez, o governo afirma que não imagina que seja possível acabar com o parcelamento sem juros. A visão defendida pelo poder Executivo leva em conta que isso possa prejudicar os mais pobres e os lojistas. Além disso, considera que nada impede o pagamento à vista com desconto, o que depende do vendedor e do banco.

O BC não enxerga o fim do crédito rotativo como sendo uma alternativa possível. Outra possibilidade que entrou em discussão nas últimas semanas foi a de oferecer taxas mais acessíveis a devedores pontuais. A ideia é de que a medida possa atuar como um “socorro” para quem raramente cai no rotativo. Mas ainda não há consenso sobre isso e também sobre os seus impactos.

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