Aliados de Jair Bolsonaro apresentam pedido de impeachment contra Barroso
Nessa quarta-feira (19), deputados e senadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentaram no Senado um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. A iniciativa ocorre depois do discurso do magistrado no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) na última semana, em que afirmou: “nós derrotamos o bolsonarismo”.
De acordo com os parlamentares a fala “fere de morte a democracia” e “não há pedido de perdão” que possa isentá-lo do impedimento. Além disso, segundo os congressistas a proposta tem o apoio de 13 senadores e 70 deputados de 10 partidos: MDB, PP, Republicanos, PL, Novo, União Brasil, PSDB, Podemos, PSD e Patriota.
“Não está entre as atribuições de um ministro do Supremo derrotar ninguém. Se ele quer derrotar alguém, que seja nas urnas, mas que seja candidato”, afirmou o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ). “Sabemos que o presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco muitas vezes não quer entrar numa crise institucional, mas já está deflagrada essa crise pelo ministro do Barroso”, complementou.
O pedido foi apresentado á imprensa no Senado nessa quarta-feira, através dos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Jorge Seif (PL-SC) e os deputados Jordy e Cabo Gilberto Silva (PL-PB). De acordo com Flávio Bolsonaro as falas “descredibilizam o Supremo Tribunal Federal”.
“Se fosse Nunes Marques ou André Mendonça, como é que a esquerda reagiria?”, questionou o senador, citando os ministros da Corte indicados pelo ex-presidente Bolsonaro.
Avanço do pedido de impeachment contra Barroso
De acordo com os parlamentares desta vez o pedido de impeachment de Barroso pode avançar. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a declaração do ministro do STF foi “inadequada e inoportuna“.
Pacheco ainda destacou que a fala poderá levantar pedidos de suspeição de Barroso em julgamentos que envolvam Bolsonaro ou pessoas do grupo político e cobrou a retratação de Barroso pelo pronunciamento.
O ministro Barroso, por sua vez, pediu desculpas pela sua fala: “Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”, se retratou.