Advogado afirma que Mauro Cid vai admitir que vendeu joias a mando de Bolsonaro
O advogado Cezar Bitencourt, do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid enfatizou á revista Veja que seu cliente irá afirmar que vendeu nos Estados Unidos as joias recebidas pelo ex-presidente e repassou a ele os valores obtidos com a negociação em dinheiro.
De acordo com Bitencourt, Cid dirá à Justiça que toda a movimentação em torno das joias e presentes de delegações estrangeiras foi feita sob ordens de Bolsonaro. Ele afirmará também, ainda segundo o advogado, que o ex-mandatário sabia das irregularidades das transações.
A Polícia Federal (PF) investiga a venda de dois relógios de luxo, um da marca Rolex e outro da marca Patek Philippe. As duas peças teriam sido vendidas em uma loja no Estado norte-americano da Pensilvânia por US$ 68.000. Um dos relógios, o da marca Rolex, foi readquirido nos EUA por Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaros. Ele disse ter comprado a peça para “cumprir decisão do TCU” e negou que tivesse agido a pedido de Cid ou do ex-presidente.
Cezar Bitencourt ingressou na defesa de Mauro Cid depois que o advogado Bernardo Fenelon deixou o caso. Ele alegou “questões íntimas”. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso desde maio de 2023.
Joias & operação da PF contra Mauro Cid
No dia 11 de agosto a PF iniciou a operação Lucas 12:2 onde os alvos foram:
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Mauro Cesar Lourena Cid – general da reserva e pai de Cid
- Osmar Crivelatti – braço direito de Cid
- Frederick Wassef – ex-advogado da família Bolsonaro
Com isso, os agentes investigam se houve uma tentativa de vender presentes entregues a Bolsonaro por delegações estrangeiras. Segundo a PF, relógios, joias e esculturas foram negociados nos Estados Unidos. O suposto esquema seria comandado por Cid e Crivelatti.
A Polícia Federal ainda quer ouvir Bolsonaro e Michelle. Em nota, a defesa de Bolsonaro negou que ele tenha desviado ou se apropriado de bens públicos. Afirma também que a movimentação bancária do ex-chefe do Executivo está à disposição da Justiça.