Elon Musk provoca STF ao ironizar Alexandre de Moraes em rede social
A ironia é feita pouco tempo depois de Moraes dar um prazo de 24 horas para que Musk indique um novo representante legal da rede social no Brasil.
Nesta quinta-feira (29), Elon Musk, proprietário da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter), fez uma provocação direta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em meio a um novo embate jurídico. Em uma publicação em seu perfil na rede social, Musk comparou Moraes a vilões icônicos das franquias “Harry Potter” e “Star Wars“, em uma crítica que chamou a atenção dos internautas e reacendeu o debate sobre a liberdade de expressão e a censura.
Musk compartilhou uma imagem criada pela Inteligência Artificial Grok, uma tecnologia sob seu domínio, na qual o ministro aparece caracterizado de forma caricatural. Na imagem, Moraes surge com maquiagem pesada nos olhos, vestindo uma toga e empunhando dois sabres de luz, elementos visuais que remetem diretamente aos vilões das citadas franquias. “Grok: Gere uma imagem como se Voldemort e um Lord Sith tivessem um filho e ele se tornasse um juiz no Brasil“, descreveu Musk na legenda, acrescentando de forma irônica: “É estranho”.
Essa referência a Lord Voldemort, o antagonista principal da série “Harry Potter”, e aos Sith, guerreiros que seguem o lado sombrio da Força em “Star Wars”, foi percebida por muitos como uma tentativa de Musk de ridicularizar o ministro brasileiro, numa resposta à recente decisão judicial que envolveu a rede social.
O conflito entre Musk e Moraes escalou após o ministro conceder um prazo de 24 horas para que o bilionário indicasse um novo representante legal para o X no Brasil. Caso a ordem não fosse cumprida, Moraes ameaçou suspender a operação da plataforma no país.
A intimação foi emitida na noite de quarta-feira (28), como resposta a uma postagem do X de 17 de agosto. Nessa publicação, a rede social havia contestado as imposições de multas aplicadas pelo ministro, argumentando que a decisão de Moraes de ordenar o bloqueio de perfis suspeitos de atentarem contra a democracia brasileira configurava “censura”.
O contexto dessa disputa inclui o fato de que a empresa de Musk encerrou suas operações físicas no Brasil, o que complicou a situação legal da rede social no país. Além disso, Elon Musk já se encontra sob investigação no âmbito do inquérito das milícias digitais, conduzido pelo STF. A legislação brasileira exige que empresas de internet mantenham representantes locais, o que coloca Musk em uma posição delicada frente à Justiça brasileira.
A polêmica gerada pela postagem de Musk reflete as tensões crescentes entre o magnata e as autoridades brasileiras, destacando as complexas interações entre liberdade de expressão, responsabilidade das plataformas digitais e o papel regulador do Estado.