Bing no Safari? Apple segue rejeitando ofertas da Microsoft
Para a Apple, a parceria com o Google não é apenas uma questão financeira, mas também de oferecer a melhor experiência possível aos seus usuários.
A Apple reafirmou sua decisão de manter o Google como o mecanismo de busca padrão em seus dispositivos, recusando a proposta da Microsoft de substituir o Google pelo Bing no Safari. Esta decisão ocorre no contexto de uma recente decisão antitruste, onde o Google foi acusado de pagar à Apple e à Samsung para garantir a posição de busca padrão em seus sistemas operacionais.
Atualmente, o Google detém uma participação de mercado global de 83%, enquanto o Bing, da Microsoft, possui apenas 9,19%. Este domínio expressivo do Google é uma das razões pelas quais a Apple opta por manter a parceria com a gigante de buscas. Segundo o juiz Amit Mehta, responsável pelo caso antitruste, o Google é considerado um monopolista devido à sua enorme escala, altos custos de capital e controle dos principais canais de distribuição.
A colaboração entre Apple e Google remonta a 2002, quando o Google se tornou o mecanismo de busca padrão no Safari, o navegador da Apple. Em 2007, a parceria foi fortalecida com um acordo de exclusividade, garantindo que o Google continuasse como a busca padrão.
Tentativas da Microsoft e rejeição da Apple
A Microsoft fez várias tentativas ao longo dos anos para convencer a Apple a adotar o Bing como o mecanismo de busca padrão no Safari. No entanto, todas as propostas foram rejeitadas. Eddy Cue, vice-presidente sênior de serviços da Apple, afirmou que “não há preço que a Microsoft possa oferecer para que o Bing substitua o Google no Safari”.
Motivos da rejeição do Bing
Qualidade de pesquisa inferior: a Apple realizou estudos em 2021 comparando a relevância dos resultados de busca do Google e do Bing. Embora o Bing tenha mostrado uma interface de usuário superior no desktop, a qualidade dos resultados de busca do Google foi considerada melhor em todos os outros aspectos.
Monetização de anúncios deficiente: apesar da Microsoft ter oferecido compartilhar 100% da receita do Bing com a Apple, Cue expressou preocupações sobre a capacidade do Bing de gerar receita suficiente devido à sua fraca monetização de anúncios.
Acordo lucrativo com o Google: a parceria com o Google é extremamente benéfica para a Apple financeiramente. Para substituir o Google, a Microsoft teria que oferecer uma quantia significativamente maior do que a atual receita compartilhada pelo Google, algo que Cue considera inviável.
Reconhecimento de marca: o Google possui um forte reconhecimento de marca, o que é uma vantagem para a Apple. “É um ótimo produto para nossos clientes, e queríamos que soubessem que estão adquirindo o melhor mecanismo de busca“, afirmou Cue. A parceria reforça a reputação de ambas as empresas.
Eficiência do Google: Cue destacou que o Google sabe como monetizar seus serviços de forma eficaz e que a continuidade da parceria é uma decisão segura para a Apple. “Não havia dúvidas sobre continuar com o Google, já que é o mais próximo possível de uma aposta segura“, disse Cue.
Consequências da decisão antitruste
A recente decisão antitruste trouxe à tona a estratégia da Google de pagar para garantir a posição de busca padrão. No entanto, mesmo com as implicações legais, a Apple permanece firme em sua escolha. A decisão reflete a confiança da Apple na superioridade do Google em termos de qualidade de busca, monetização e reconhecimento de marca.
Além disso, a decisão antitruste destacou o papel dominante do Google no mercado de buscas e os desafios enfrentados por concorrentes como o Bing para alcançar uma posição similar. Para a Apple, a parceria com o Google não é apenas uma questão financeira, mas também de oferecer a melhor experiência possível aos seus usuários.
