Professores da UFRN vão fazer greve por tempo indeterminado
A UFRN se junta a mais de 20 universidades em todo o País, que decidiram paralisar as atividades nesta semana. As greves indicam forte impasse entre a categoria dos professores universitários e o Governo Lula.
Professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) iniciarão uma greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (22), marcando a primeira paralisação de longa duração desde 2003.
Este movimento grevista ocorre após um plebiscito realizado entre os dias 15 e 16 de abril, onde 1.820 dos 2.396 professores aptos participaram. A votação resultou em 62,52% a favor da greve, enquanto 34,06% foram contrários e 3,40% se abstiveram. O ADURN-Sindicato, responsável pela consulta, confirmou que a apuração dos votos foi oficializada em ata.
O presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, destacou a significativa participação dos docentes, considerando-a um reflexo da democracia na universidade. “A participação massiva dos professores dá um grande peso à greve, e o plebiscito reafirma-se como a instância mais democrática possível para tais decisões“, afirmou Negrão. Ele também salientou que o sindicato sempre buscou ouvir sua base, realizando duas assembleias e encontros nos campi do interior para captar as demandas e expectativas dos professores.
As reivindicações dos docentes abrangem duas principais áreas: uma reestruturação das carreiras do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), além de um reajuste salarial linear proposto para os próximos três anos, de 7,06% anualmente, totalizando 22,8%. Para a reestruturação das carreiras, os ajustes sugeridos pela PROIFES-Federação incluem aumentos de 9,39% em 2024, 6,82% em 2025 e 6,82% em 2026, alcançando um total de 23,03%.
Nesta quarta-feira (17), o Conselho de Representantes do ADURN-Sindicato se reúne na sede da entidade para dar os encaminhamentos necessários para a deflagração da greve. Oswaldo Negrão esclareceu que o encontro terá como foco a criação de um comando de greve, essencial para notificar formalmente a reitoria sobre a decisão dos professores. “O próximo passo é, juntamente com o Conselho, estabelecer nosso comando de greve e comunicar oficialmente a reitoria sobre a decisão tomada“, explicou.
Nota oficial da UFRN
A UFRN, por meio da assessoria de imprensa da reitoria, informou que aguarda a comunicação oficial por parte da representação da categoria, enquanto acompanha as reivindicações dos servidores técnico-administrativos e docentes junto ao Governo Federal, por meio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). A Universidade não indicou se irá paralisar oficialmente o calendário acadêmico.