UFRN testa novo tratamento para depressão e busca voluntários
A depressão é uma condição de saúde mental que afeta milhões de brasileiros. Embora existam tratamentos tradicionais disponíveis, uma parcela significativa dos pacientes não responde a esses métodos. Diante dessa realidade, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) lançou uma pesquisa promissora que investiga a cetamina, um anestésico já utilizado na clínica médica, como um tratamento alternativo para a depressão resistente.
O estudo, uma colaboração entre o Departamento de Fisiologia e Comportamento, o Instituto do Cérebro e o Departamento de Psiquiatria do Hospital Universitário Onofre Lopes, busca voluntários que apresentem depressão resistente ao tratamento. Os interessados podem manifestar seu interesse enviando um e-mail para cetaminaufrn@gmail.com, onde receberão todas as instruções necessárias para participação.
O tratamento, que tem duração de nove semanas, é oferecido de forma gratuita. Durante este período, a administração da cetamina é realizada semanalmente, com cada sessão durando entre duas a três horas.
O potencial da Cetamina
A coordenadora do estudo, Nicole Galvão, destacou a trajetória da cetamina. Há aproximadamente duas décadas, começou a ser testada como tratamento para depressão. Em 2019, uma fórmula específica foi aprovada para tratar pacientes com resistência ao tratamento convencional. Contudo, seu alto custo no Brasil – cerca de R$ 5 mil por aplicação – torna seu acesso limitado.
Por isso, a pesquisa da UFRN busca validar uma forma mais acessível de aplicação: a subcutânea na região do abdômen, similar à aplicação de insulina. O custo de tal aplicação é consideravelmente menor, em torno de R$ 15.
Terapia adicional e parcerias
O estudo não se limita apenas à cetamina. Em parceria com a Universidade da Califórnia de São Francisco, a pesquisa integra terapia assistida por psicodélicos, proporcionando uma abordagem holística ao tratamento da depressão. “Além de oferecer a cetamina ao paciente, buscamos também um protocolo completo de psicoterapia, que acreditamos ser ainda mais benéfico“, explicou a coordenadora Nicole.
Em uma era onde a depressão se torna cada vez mais presente, iniciativas como a da UFRN são cruciais. As portas estão abertas para aqueles que desejam participar deste estudo revolucionário. As esperanças são altas, e os resultados podem moldar o futuro do tratamento da depressão no Brasil.