Saúde

Novo atlas de proteínas do fluido cerebrospinal pode revolucionar o tratamento de Alzheimer

Pesquisadores da Universidade de Washington desenvolveram um novo atlas de proteínas presentes no fluido cerebrospinal (FCS) associadas à doença de Alzheimer, abrindo caminho para novas terapias. O estudo, publicado na revista Nature Genetics Nature Genetics, analisou amostras de FCS de 3.506 indivíduos, com e sem a doença, identificando proteínas cruciais para o desenvolvimento da condição.

A dificuldade em estudar o Alzheimer in vivo, limitando-se geralmente a estudos post-mortem, levou os cientistas a buscar alternativas. Análises de plasma sanguíneo têm sido utilizadas, mas o FCS oferece uma vantagem crucial: interação direta com os tecidos cerebrais afetados. Embora compartilhando semelhanças com o plasma, o FCS possui uma composição proteica distinta, refletindo a atividade celular cerebral e a influência genética.

O estudo liderado pelo geneticista Carlos Cruchaga rastreou inúmeras proteínas, mapeando a expressão gênica até a formação de proteínas. A análise de dois conjuntos de dados da Universidade de Washington permitiu a identificação de vias celulares e genes envolvidos na progressão da doença. “Às vezes, dentro de uma região de DNA conhecida por estar associada ao Alzheimer, há muitos genes, e nós não sabemos qual desses genes está causando a condição médica”, explicou Cruchaga. “Ao adicionar as proteínas à análise, podemos determinar o gene que impulsiona a associação, determinar a via molecular da qual fazem parte, além de identificar novas interações proteína-proteína que, de outra forma, não seriam possíveis.”

A pesquisa relacionou proteínas do FCS com áreas do genoma humano já associadas ao Alzheimer, estabelecendo ligações estatísticas com as vias biológicas que levam à doença. Essa análise reduziu um conjunto de dados inicial de 6.361 proteínas do FCS para apenas 38, provavelmente envolvidas na causa do Alzheimer. Destes, 15 podem ser alvos de medicamentos existentes, alguns dos quais já foram associados à diminuição do risco da doença. Este estudo demonstra o porquê.

“A novidade e a força desta análise é que nós definimos proteínas que modificam o risco”, disse Cruchaga. “Agora que temos os passos causais, podemos estabelecer para onde esses passos estão levando no cérebro.”

O estudo resultou em um modelo baseado em proteômica capaz de prever a doença de Alzheimer com maior precisão do que os modelos existentes baseados em genética. Os pesquisadores esperam que essa aplicação da proteômica do FCS possa ser aplicada a outras condições neurológicas, como a doença de Parkinson e a esquizofrenia. “Essa é a força desta abordagem – uma vez que você tem um atlas de variantes genéticas e dos níveis de proteínas, você pode aplicá-lo a qualquer doença”, concluiu Cruchaga.

diagram showing where the immune and lysosomal proteins are located in a cell

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Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas.Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo.Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores.Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para romario@oportaln10.com.br.

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