O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta segunda-feira (18), por meio de sua rede social Truth Social, que planeja declarar emergência nacional para implementar um programa de deportação em massa. O anúncio marca uma escalada na retórica de imigração do republicano.
A confirmação veio após Trump compartilhar uma publicação de Tom Fitton, presidente da organização conservadora Judicial Watch. Na mensagem, Fitton afirmou: “Boas notícias: relatórios indicam que a administração de Donald Trump está se preparando para declarar uma emergência nacional e utilizar ativos militares para reverter a invasão de Biden, implementando um programa de deportação em massa.”
A chamada “invasão de Biden” mencionada por Fitton reflete a crítica dos conservadores à política de imigração do atual presidente, Joe Biden, vista como mais permissiva. Segundo Trump, o decreto de emergência nacional ampliaria sua autoridade e desbloquearia recursos do governo federal para combater o que ele considera um problema urgente.
De acordo com a agência Reuters, Trump promete executar o maior esforço de deportação na história dos EUA, priorizando imigrantes com antecedentes criminais. Contudo, o plano também visa enviar milhões de pessoas sem documentos de volta aos seus países de origem, o que deve gerar debates acalorados no Congresso e na sociedade.
Mudança nas diretrizes de aplicação de imigração
Em uma de suas principais propostas, Trump pretende eliminar as diretrizes de Joe Biden, que atualmente focam na deportação de criminosos graves e limitam ações contra imigrantes sem histórico criminal. No lugar dessas diretrizes, o republicano busca um modelo mais abrangente de aplicação das leis de imigração.
Durante um comício realizado em Wisconsin, em setembro, Trump destacou que o processo de deportação seria “uma história sangrenta”. A declaração foi amplamente criticada por defensores de direitos humanos e organizações pró-imigrantes, que consideraram o tom violento da retórica preocupante.
Uso de militares e infraestrutura de detenção
Trump também afirmou à revista Time que considera o uso da Guarda Nacional e até de tropas federais para prender e deportar imigrantes ilegais, caso necessário. “Eu não descartaria a construção de novos campos de detenção, mas provavelmente não será necessário, já que a remoção será rápida“, declarou o republicano.
No entanto, a aplicação de tropas federais para esse tipo de operação enfrenta sérios desafios legais e deve ser contestada nos tribunais. Ainda assim, Trump enfatizou que está disposto a enfrentar esses obstáculos para implementar sua política.
Embora Trump planeje intensificar as ações de deportação, Joe Biden já superou os números registrados durante os anos de Trump no cargo. Em 2023, foram deportados 468 mil migrantes, o maior número em um único ano. Segundo a Reuters, Biden está a caminho de alcançar números ainda maiores em 2024, o que coloca em perspectiva as promessas de Trump sobre a escala de suas operações.
O vice-presidente eleito por Trump, JD Vance, afirmou em entrevista ao New York Times que deportar 1 milhão de imigrantes por ano seria “um número razoável”. Essa meta, no entanto, exigiria recursos logísticos significativos e enfrentaria resistência de grupos pró-imigração.
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