O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou no último sábado (19) que a Rússia implantará armas nucleares táticas na Bielorrússia. O país vizinho dará suporte na construção do depósito que abrigará o armamento e sua defesa aérea.
Em entrevista à TV russa, Putin afirmou que a implantação das armas atômicas em solo bielorrusso não violará os compromissos internacionais de não proliferação. O presidente russo ressaltou que a medida foi motivada pela decisão do Reino Unido de fornecer munição de urânio empobrecido para a Ucrânia, o que acaba expondo países vizinhos a possíveis contaminações radioativas.
A ação de Putin gerou críticas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que considerou a retórica nuclear da Rússia perigosa e irresponsável. No entanto, líderes ocidentais não veem razão para mudar suas posições nucleares.
A porta-voz da OTAN, Oana Lungescu, declarou em entrevista que “a OTAN está vigilante e monitorando a situação de perto. Não vimos nenhuma mudança na postura nuclear da Rússia que nos levasse a ajustar a nossa”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não comentou o anúncio de Putin, mas o ex-presidente Donald Trump se pronunciou no seu perfil da rede social Truth Social, incentivando os americanos a “rezarem”. Trump ainda falou à Fox News sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, dizendo que a situação deve “parar já” e que, se estivesse no poder, seria capaz de encerrar as hostilidades em 24 horas.
O desdobramento de armas nucleares táticas é uma preocupação mundial, pois elas têm o poder destrutivo menor em relação às bombas atômicas convencionais. No entanto, elas são mais fáceis de serem transportadas e podem ser disparadas com maior rapidez. A decisão de Putin em implantá-las em solo bielorrusso gerou temores de que a Rússia esteja planejando expandir sua presença militar na Europa Oriental.
Desde a década de 1960, os EUA implantaram armas nucleares táticas em países da OTAN, como Alemanha, Bélgica, Itália, Países Baixos, Grécia e Turquia. A Rússia tem seguido o mesmo caminho, implantando tais armas em seus aliados, como a Bielorrússia. No entanto, a ação do presidente russo gera tensões, pois a região vive um conflito de longa data entre russos e ucranianos, o que pode agravar a situação ainda mais.
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