(ANSA) – A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou nesta quinta-feira (23) uma lei de Nova York que exigia uma licença para que as pessoas pudessem circular com armas de fogo em público e equiparou o porte ao “direito de ter armas” com base na Segunda Emenda da Constituição.
Com seis votos a favor e três contrários, os juízes afirmam que a legislação “protege os direitos dos indivíduos de portar uma arma consigo fora de casa para autodefesa“.
A lei do estado de Nova York é semelhante a de outras localidades, como Havaí, Califórnia, Nova Jersey e Rhode Island, que também exigem uma licença para portar armas em público. No caso nova iorquino, era preciso dar uma justificativa sobre qual a necessidade de andar armado. Agora, é possível que todos esses estados sejam questionados sobre suas legislações e mais pessoas decidam andar armadas pelas ruas.
Após a decisão da Suprema Corte, a poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA), o maior grupo de lobby político pró-armas do país, celebrou a decisão e chamou o resultado de “vitória”. Na Bolsa de Valores de Nova York, as ações da empresa Smith & Wesson, uma das maiores produtoras de armamento, subiram mais de 7,5%.
Do lado político, as reações foram opostas. O presidente Joe Biden afirmou estar “profundamente decepcionado” com a decisão, que ocorre em um momento em que os democratas tentam impor algumas regras para a compra de armamentos, especialmente, entre aqueles que têm menos de 21 anos.
Os debates sobre o tema voltaram a aumentar por conta do massacre de 21 pessoas, sendo 19 crianças, em uma escola infantil em Uvalde, no Texas, no fim do mês de maio. Poucos dias antes, a cidade de Buffalo, em Nova York, registrou um massacre de 10 pessoas negras em um supermercado. O assassino era um supremacista branco.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, classificou como “vergonhosa” e “chocante” a decisão da Suprema Corte. “É lamentável que esse dia tenebroso tenha chegado“, disse ainda à “MSNBC”.
Hochul ainda informou que o governo vai “revisar todas as opções disponíveis” no legislativo e que “fará de tudo em nosso poder para proteger os nova iorquinos das armas de fogo e preservar as leis de senso comum sobre armas no estado“.
A mesma linha foi adotada pelo prefeito da capital, Eric Adams, que afirmou que a decisão “expõe a população a mais riscos de violência com arma de fogo“, – a cidade recentemente teve um ataque em uma estação de metrô que deixou quase 30 feridos.
Já o Departamento de Polícia de Nova York informou que se prepara para enfrentar uma “revolução” após a decisão da Suprema Corte. Só neste ano, a polícia já tinha sequestrado mais de três mil armas – incluindo fuzis – nas ruas e as prisões por porte ilegal de armamento estão no maior nível em 28 anos.
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