O presidente da Rússia, Vladimir Putin, revogou nesta quarta-feira (22) um decreto de 2012 que apoiava a soberania da Moldávia sobre a Transnístria, área separatista pró-Moscou, informou o jornal “The Guardian”. Segundo o Kremlin, a decisão foi tomada “para garantir os interesses russos em relação às mudanças nas relações internacionais”.
A Moldávia vem tendo governos mais pró-União Europeia, mas os russos mantêm suas tropas e armamentos na Transnístria, onde a população local quer sua anexação ao território comandado por Putin.
Acusações e tensões entre Ucrânia e Rússia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que sua Inteligência identificou um plano de ataque ao país vizinho. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, fez acusações públicas contra o governo moldavo por sua postura na guerra da Ucrânia e pró-Ocidente.
A ex-república soviética tem uma postura neutra nas relações entre Rússia e países ocidentais, mas desde o início da invasão na Ucrânia, o governo declarou solidariedade ao país vizinho e vem acolhendo os refugiados. O governo russo limitou o fornecimento de gás natural, fazendo com que a inflação disparasse em mais de 30%, além de vários cortes na energia.
Suspensão da participação russa no Tratado de Redução de Armas Estratégicas
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na terça-feira (21) a suspensão da participação russa no Tratado de Redução de Armas Estratégicas, também conhecido como START III ou Novo START. Este é o último tratado de redução de arsenais nucleares ainda em vigor com os Estados Unidos.
O tratado também previa inspeções diretas e troca de informações entre as duas potências. Putin alegou que não pode permitir que técnicos americanos visitem as instalações nucleares russas enquanto os EUA tentam “impor uma derrota estratégica” a Moscou na Ucrânia.
O presidente anunciou a suspensão, mas enfatizou que a Rússia não está se retirando do acordo. Ele disse que suspenderá sua participação no tratado até entender como será contabilizado o arsenal conjunto da OTAN, que inclui a França e o Reino Unido.
Putin ainda garantiu que a Rússia “atingirá seus objetivos na Ucrânia” e voltou a acusar o presidente Volodymyr Zelensky de encabeçar um regime “neonazista”. O presidente russo disse que Kiev queria se armar com bombas nucleares e pediu que o Ministério da Defesa fique de prontidão para eventuais testes de armas nucleares, porém prometeu não usá-las primeiro.
A tensão entre Rússia e Ucrânia tem crescido desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e o conflito armado no leste ucraniano. A Rússia tem sido acusada de apoiar os separatistas pró-Rússia na região, o que tem resultado em um conflito prolongado com milhares de mortos e deslocados. A situação tem sido objeto de preocupação internacional e a comunidade internacional tem buscado soluções diplomáticas para o conflito.
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