O Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu um comunicado nesta quarta-feira (23) em que prometeu dar “uma resposta forte” às sanções anunciadas pelos EUA contra Moscou pelo reconhecimento das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.
Segundo o comunicado, o novo pacote de restrições se enquadra nas “tentativas contínuas de Washington de mudar o curso da Rússia”.
“Apesar da óbvia futilidade dos esforços, feitos ao longo de muitos anos para impedir o desenvolvimento de nossa economia, os EUA reflexivamente retomam as ferramentas restritivas que são ineficazes e contraproducentes do ponto de vista dos mesmos interesses americanos”, diz a publicação.
Ao mesmo tempo, ressaltou que a política externa norte-americana não tem mais medidas em seu arsenal, além de “chantagem, intimidação e ameaças”, que, no entanto, não podem contrariar as potências mundiais.
“Estamos abertos à diplomacia, com base em princípios de respeito mútuo, igualdade e atenção aos interesses de cada um”, disse o Itamaraty, prometendo dar “uma resposta forte, não necessariamente simétrica, mas ajustada e sensível ao lado norte-americano” às restrições impostas por Washington.
Sanções impostas por Biden
O presidente dos EUA, Joe Biden, falou ontem depois que Vladimir Putin tomou a decisão de “reconhecer imediatamente a independência e a soberania” de Donetsk e Lugansk e assinar os decretos relevantes para o reconhecimento da independência de ambas as repúblicas populares.
Biden anunciou o primeiro pacote de sanções contra a Rússia, que segundo o presidente dos EUA foram “estreitamente coordenadas” com seus parceiros e aliados, e que incluem:
- “Sanções contra duas grandes instituições bancárias russas: VEB e o Banco Militar da Rússia”.
- “Sanções abrangentes sobre a dívida soberana da Rússia . Isso significa que cortamos o governo russo do financiamento ocidental. Ele não pode mais levantar dinheiro do Ocidente, nem negociar sua nova dívida em nossos mercados ou nos mercados europeus.”
- “Sanções contra as elites russas e seus parentes”.
“Estamos trabalhando com a Alemanha para garantir que o Nord Stream 2 não vá adiante, prometo”, disse o político, acrescentando que “sanções adicionais” ainda estão por vir.
Biden destacou ainda que, se a Rússia não retirar suas tropas da Bielorrússia, forças e equipamentos dos EUA serão implantados na Estônia, Letônia e Lituânia para ajudar a fortalecer as defesas desses países. “Deixe-me ser claro, estes são movimentos totalmente defensivos de nossa parte. Não temos intenção de lutar contra a Rússia”, disse o mandatário.
“No entanto, queremos enviar uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos, juntamente com nossos aliados, defenderão cada centímetro do território da Otan e honrarão nossos compromissos com a Otan”, disse ele.
Rússia destrói tanques de guerra ucranianos
O serviço de imprensa do das Forças Armadas Russas publicou imagens em que são vistos dois veículos de combate de infantaria em chamas.
Segundo relatos, o vídeo gravado na região russa de Rostov em 21 de fevereiro, perto da fronteira com a Ucrânia, mostra os tanques das Forças Armadas ucranianas sendo destruídos por militares e oficiais do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, sigla em russo) depois de violar a fronteira do estado.
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