(ANSA) – Os exercícios militares entre Rússia e Belarus, que devem durar 10 dias, começaram nesta quinta-feira (10), anunciou o Ministério da Defesa de Moscou. O treinamento ocorre em um momento de grande tensão com a Ucrânia – e ambos os países fazem fronteira com o território ucraniano.
Chamado de “Union Resolve 2022”, os exercícios vão ser concentrados na “supressão e na reação a agressões externas” e devem envolver cerca de 30 mil soldados russos.
Para o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, endossando o coro do que foi dito quando os treinamentos foram anunciados, a ação entre os dois países “nos deixa pensar que esse é um gesto de grande violência e isso nos preocupou”.
Em entrevista às agências de notícia do país, o ministro das Relações Externas, Sergei Lavrov, afirmou que os ultimatos e as ameaças dos ocidentais contra seu país “não levam a nada” e que “ataques ideológicos não vão nos levar a lugar nenhum”.
A declaração foi dada por Lavrov no início do seu encontro com sua homóloga britânica, Liz Truss, e ressaltou que “muitos dos nossos colegas ocidentais têm uma paixão por essa forma de comunicação”, em uma clara indireta aos Estados Unidos.
“Naturalmente, podemos normalizar as relações por meio do diálogo e do respeito recíproco, um diálogo igualitário e que entre nos interesses legais comuns e sobre a busca de soluções reciprocamente satisfatórias”, acrescentou o russo.
Além do encontro de alto nível com a Rússia, os britânicos tiveram uma reunião entre o premiê Boris Johnson e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, para debater a crise ucraniana.
Durante a coletiva de imprensa, Johnson afirmou que seu governo não exclui o envio de tropas e armas para a região em caso de agressão russa. Alguns países aliados da Otan já iniciaram esse envio – como os EUA -, mas outros ainda apostam na solução diplomática, como a Alemanha.
“Se mantivermos a nossa unidade, com uma mistura forte entre dissuasão e diplomacia, podemos encontrar um caminho de saída da crise, mas o momento é muito tenso. Eu não acredito que o presidente Vladimir Putin já tenha tomado a decisão de proceder com a guerra, mas isso não quer dizer que qualquer coisa desastrosa aconteça logo. A nossa Inteligência pinta um quadro fosco e nos próximos dias vamos enfrentar a passagem mais perigosa – e precisamos fazer isso bem”, afirmou o primeiro-ministro.
Já Stoltenberg afirmou que enviou uma carta formal para Lavrov convidando a Rússia para “novas negociações com o Conselho da Otan” para que possa ser “encontrada uma solução pacífica” para a crise ucraniana.
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