(ANSA) – O vice-ministro da Defesa da Rússia, Anatoly Antonov, acusou nesta quarta-feira (2) o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sua família e as mais altas autoridades do país de envolvimento no tráfico de petróleo proveniente das áreas controladas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.
Segundo Antonov, Ancara é o “principal consumidor” do produto “roubado de seus legítimos proprietários” no Oriente Médio. Na última segunda-feira (30), o presidente russo, Vladimir Putin, também já havia acusado a Turquia de comprar petróleo do EI em “escalas industriais”.
Já o vice-chefe do Estado-Maior de Moscou, Sergey Rudskoi, declarou que foram identificadas três rotas para o transporte do óleo a partir dos territórios comandados pelos jihadistas: uma que termina em portos turcos no Mediterrâneo, outra que leva à refinaria de Patma e uma terceira que vai até a cidade de Zhizdra.
“Ninguém pode lançar calúnias contra a Turquia sobre a compra de petróleo da organização terrorista Daesh [como também é chamado o Estado Islâmico]. Se isso for provado, eu renunciarei, assim como deveriam fazer aqueles que não podem provar suas acusações”, rebateu Erdogan. Já o Pentágono rechaçou “categoricamente” as denúncias e disse que elas são “totalmente absurdas”.
A tensão entre Moscou e Ancara se elevou no último dia 24 de novembro, quando um caça russo foi abatido pela Turquia na fronteira com a Síria. Os dois pilotos do jato conseguiram se ejetar, mas um deles foi metralhado por rebeldes sírios ainda antes de chegar ao solo. O outro foi resgatado. Segundo o governo turco, o avião havia violado as divisas do país e ignorado repetidos avisos para se afastar. Já a Rússia garante que o caça permaneceu todo o tempo sobre território sírio.
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