(ANSA) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou uma mobilização parcial durante um pronunciamento à nação e a convocação de reservistas para combater na Ucrânia, que realiza uma contraofensiva para reconquistar territórios tomados por Moscou.
“É necessário apoiar a proposta de mobilização parcial dos cidadãos na reserva, aqueles que já serviram e que têm experiência pertinente”, disse Putin em seu discurso, acrescentando que trata-se “apenas de uma mobilização parcial”.
Segundo o presidente, o Ocidente “ultrapassou todos os limites” em sua “agressiva política anti-Rússia. “Vamos usar todos os meios à nossa disposição para proteger a Rússia, e isso não é um blefe”, garantiu Putin, indicando inclusive uma possível utilização de arsenal nuclear.
O decreto de mobilização parcial foi publicado pelo Kremlin nesta quarta-feira (21), e os governadores regionais ficarão responsáveis por cumprir as metas de alistamento estabelecidas por Moscou. A medida prevê a convocação de 300 mil reservistas, ou seja, pessoas que já serviram nas Forças Armadas e que contam com experiência militar.
Putin ainda acusou o Ocidente de querer “enfraquecer, dividir e destruir” a Rússia e disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) faz operações de reconhecimento em todo o sul do país.
“É nossa tradição histórica e o destino do nosso povo frear aqueles que buscam a dominação mundial, que ameaçam desmembrar e tornar escrava a pátria mãe. É isso o que estamos fazendo agora, e conto com seu apoio”, disse.
A mobilização começa às vésperas dos referendos de anexação nas províncias de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia, regiões da Ucrânia parcialmente controladas pela Rússia. Segundo Putin, as votações “têm o apoio” de Moscou.
Reações
A embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink, disse no Twitter que a mobilização parcial ordenada pela Rússia é um “sinal de fraqueza”. “Os EUA jamais reconhecerão a pretensão russa de anexar o território ucraniano”, acrescentou.
Já o vice-chanceler da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que Moscou deu um “passo péssimo e errado”.
Por sua vez, a China pediu “diálogo” para as partes envolvidas e exortou Rússia e Ucrânia a encontrar “uma maneira de debater as preocupações de segurança” dos dois lados.
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