(ANSA) – Em seu primeiro discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) em 10 anos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou as “tentativas de enfraquecer a legitimidade” da organização.
O mandatário fazia referência às intervenções ocidentais em países em conflito sem o respaldo do Conselho de Segurança da ONU, ou desrespeitando o mandato concedido, como no Iraque, na Líbia e na própria Síria.
“Consideramos as tentativas de enfraquecer a legitimidade da ONU extremamente perigosas”, declarou Putin. Para o líder russo, ao invés de aprender com os erros do passado, o mundo continua os repetindo. “As exportações de revoluções ditas democráticas continuam”, acrescentou.
No entanto, o líder russo reconheceu que a Organização das Nações Unidas está “obsoleta” e necessita de mudanças. “Naturalmente, o mundo está mudando, e a ONU deve ser coerente com essas alterações”, disse.
Síria
Putin dedicou boa parte de seu pronunciamento à guerra civil na Síria e defendeu um apoio internacional às forças leais ao presidente Bashar al Assad, contestado pelas potências ocidentais, principalmente pelos Estados Unidos.
“Ninguém a não ser as forças do presidente Assad e os curdos lutam contra o Estado Islâmico (EI)”, afirmou, ressaltando que o grupo jihadista não “saiu do nada”, mas foi financiado e sustentado em seu início.
Segundo o chefe de Estado, para derrotar a organização terrorista é preciso haver uma coalizão internacional similar àquela que se criou contra Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.
Ucrânia
Como não poderia deixar de ser, Putin ainda criticou a atuação dos EUA e da Europa na Ucrânia e a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pelos países pós-soviéticos.
De acordo com ele, as pressões sobre Kiev para estar contra ou a favor do dito Ocidente culminaram com a atual situação vivida pela nação, que tem movimentos separatistas em sua parte oriental.
“Se orquestrou desde fora um golpe militar, que deu lugar a uma guerra civil”, salientou. Enquanto o presidente da Rússia falava, a delegação ucraniana na ONU deixou a sala da Assembleia-Geral como uma forma de protesto, já que ele é acusado de apoiar os rebeldes da região de Donbass. (ANSA)
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