(ANSA) – Os líderes dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) convidaram formalmente Finlândia e Suécia para se juntar à aliança.
O início do processo de adesão chega um dia depois de a Turquia ter retirado suas objeções à entrada dos dois países escandinavos, a quem acusava de dar abrigo a membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), tido como terrorista por Ancara.
“Hoje nós decidimos convidar Finlândia e Suécia a se tornar membros da Otan e concordamos em assinar os protocolos de acesso”, diz uma declaração da cúpula de líderes da aliança euro-atlântica em Madri, na Espanha.
“A adesão de Finlândia e Suécia tornará esses países mais seguros, a Otan mais forte e a área euro-atlântica mais segura”, acrescenta o comunicado.
Helsinque e Estocolmo mantinham uma histórica política de neutralidade militar entre o Ocidente e a Rússia, porém abandonaram essa estratégia depois da invasão à Ucrânia.
A guerra movida pelo regime de Vladimir Putin levantou temores de ataques contra outros países europeus que hoje não fazem parte da Otan, como é o caso da própria Ucrânia.
A Turquia ameaçava vetar o ingresso dos dois países escandinavos, mas mudou de ideia após um encontro trilateral em Madri na última terça-feira (28).
De acordo com Ancara, o governo turco vai enviar pedidos de extradição referentes a 33 membros do PKK e do grupo acusado de envolvimento com o golpe fracassado de 2016, sendo que 21 estão na Suécia, e 12, na Finlândia.
Moscou, por sua vez, já disse que o ingresso de Helsinque e Estocolmo na Otan não representa por si só uma ameaça, mas deixou claro que sua reação vai depender da presença militar da aliança nesses países, especialmente na Finlândia, que compartilha 1,3 mil quilômetros de fronteira com a Rússia.
Ameaça russa e chinesa
Os líderes da organização militar também aprovaram o novo conceito estratégico para 2022, que coloca a Rússia como “ameaça mais significativa e direta para a segurança dos aliados e a paz”.
De acordo com o documento, Moscou “tenta estabelecer áreas de influência e controle direto através da coerção, subversão, agressão e anexação”, além de utilizar “meios convencionais, informáticos e híbridos” contra os integrantes da Otan.
Além disso, a aliança afirma que as “ambições e políticas coercitivas declaradas pela China desafiam os nossos interesses, nossa segurança e nossos valores”.
Segundo a Otan, Pequim “utiliza uma vasta gama de instrumentos políticos, econômicos e militares para aumentar sua influência global e seu projeto de poder”.
“A parceria estratégica que se aprofunda entre China e Rússia e suas tentativas de minar a ordem internacional baseada em regras vão de encontro a nossos valores e interesses”, afirma o novo conceito estratégico da organização euro-atlântica.
Para a China, no entanto, a Otan “continua a entrar na região da Ásia-Pacífico” e a “criar tensões”. “A Otan precisa parar de traçar linhas ideológicas e de provocar embates políticos, evitando o início de uma nova Guerra Fria”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Zhao Lijian.
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