Um ex-magnata do petróleo que passou dez anos na prisão depois de entrar em conflito com Vladimir Putin disse que o presidente russo “enlouqueceu” depois de ordenar a invasão da Ucrânia.
Mikhail Khodorkovsky, que já foi considerado o homem mais rico da Rússia, falou ontem à noite enquanto as tropas ucranianas lutavam para repelir um ataque das forças de Putin.
O ex-magnata foi preso pelas autoridades russas em 2003 e acusado de fraude, lavagem de dinheiro e peculato. Libertado em 2013, fugiu para Londres, onde agora lidera uma fundação, o Dossier Center, dedicada a expor atividades criminosas de membros do Kremlin.
Ele tentou explicar as ações de Putin depois que o presidente russo chocou o mundo ao ordenar o ataque em grande escala à Ucrânia. “Acho que não estamos lidando com uma pessoa sã, é alguém que enlouqueceu. Ele quer tornar a Rússia grande novamente e em 50 ou 100 anos ele quer ser lembrado como um grande governante da Rússia”, disse em entrevista ao The Times.
Khodorkovsky, de 58 anos, disse ainda que Putin queria tomar a Ucrânia, destruir suas defesas e instalar um “governo fantoche” em Kiev. “O Ocidente deve ajudar a Ucrânia, inclusive armando seu povo, ou enfrentará uma longa e potencialmente sangrenta ocupação”, disse ele.
Mikhail disse ainda que a solução não virá de meios democráticos, mas sim de uma revolução. “Mudar o regime de Putin por meios democráticos não pode acontecer; a mudança pode vir exclusivamente através da revolução – ou revolução de cima ou revolução de baixo”, disse ele. “Uma revolução é possível como resultado de uma derrota militar ou quando Putin morre”, completou.
Ele colocou Putin, de 69 anos, líder supremo da Rússia desde 1999, como um ‘ditador’ que vivia em uma ‘bolha de informação’ rigidamente controlada e que constantemente precisava se provar para sua comitiva.
Autoridades russas rejeitam tais críticas e apontam para as repetidas vitórias eleitorais de Putin e pesquisas que mostram que ele continua popular. Putin disse que Khodorkovsky é um criminoso.
Khodorkovsky foi condenado por seus supostos crimes em um julgamento em Moscou, que ele disse ter sido motivado por inimigos que queriam destruir sua empresa de petróleo e gás YUKOS e puni-lo por suas ambições políticas.
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