O governo dos EUA tem um plano para reagir ao suposto uso de armas nucleares pela Rússia, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em entrevista à CBS publicada no domingo.
“É muito importante que Moscou nos ouça e saiba que as consequências [do uso de armas nucleares] seriam horríveis. E deixamos isso bem claro”, disse Blinken.
O diplomata enfatizou que não revelaria detalhes do plano, mas ressaltou que “qualquer uso de armas nucleares teria efeitos catastróficos , é claro, para o país que as utilizou, mas também para muitos outros”.
Da mesma forma, o secretário de Estado dos EUA instou a Rússia a evitar uma nova escalada do conflito na Ucrânia e retirar suas tropas da área.
Guerra nuclear
Em agosto, o presidente russo Vladimir Putin declarou que em uma guerra nuclear “não pode haver vencedores” e “ela nunca deve ser combatida”. O presidente ressaltou que Moscou continua cumprindo “sistematicamente” “o espírito e a letra” do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Além disso, recentemente, o presidente russo denunciou que vários políticos da OTAN ameaçam usar armas nucleares contra a Rússia e recorrem à “chantagem nuclear”. “Não se trata apenas de ataques à usina nuclear de Zaporozhye, incentivados pelo Ocidente, que ameaçam uma catástrofe nuclear, mas das declarações de alguns representantes de alto escalão dos principais estados da OTAN sobre a possibilidade e admissibilidade do uso de armas de massa destruição, armas nucleares, contra a Rússia”, disse ele.
A doutrina militar russa estipula que o país se reserva o direito de recorrer ao seu arsenal nuclear em resposta à agressão contra seu território e/ou contra seus aliados com o uso de armas nucleares ou outros tipos de armas de destruição em massa. Da mesma forma, o documento prevê uma reação semelhante a um ataque com armas convencionais se a existência do Estado estivesse em perigo. A decisão final cabe ao presidente do país.
Possível conflito
O chefe do Comando Estratégico dos EUA, Charles Richard, avaliou como “possível” o cenário de um conflito com uma potência nuclear.
“Todos nós nesta sala estamos mais uma vez contemplando uma competição por meio de uma crise e um possível conflito armado direto com alguns [países] com capacidades nucleares”, disse o almirante da Marinha durante um painel de discussão sobre as questões de segurança nacional.
Durante o evento, o alto oficial militar disse que “Rússia e China podem escalar [a situação] para qualquer nível de violência que escolherem em qualquer domínio e com qualquer instrumento de poder em todo o mundo”, acrescentando que Washington “não foi confrontado com concorrentes e adversários como estes há muito tempo”.
Em suas palavras, a ameaça da China “continua a crescer”. “Não sabemos onde isso vai parar, pois a ameaça da Rússia continua a crescer, juntamente com outros desafios que enfrentamos”, concluiu.
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