(ANSA) – Washington criticou o governo de Moscou por ter recebido o presidente sírio Bashar al-Assad com “tapete vermelho”, apesar de ele ser acusado de ter “usado armas químicas contra seu próprio povo”. “Essa é uma acolhida que contrasta com os objetivos declarados pela Rússia para uma transição política na Síria”, disse o porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz, comentando a visita ao Kremlin.
O presidente sírio fez uma visita surpresa a Moscou no último dia 20 para se reunir com o líder russo, Vladimir Putin, um de seus aliados políticos, que conduz atualmente uma operação militar contra extremistas do grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis) na Síria. Esta foi a primeira viagem internacional de Assad desde 2011, quando eclodiu a guerra civil na Síria, impulsionada pela Primavera Árabe.
O tema central do encontro em Moscou foi a operação militar russa no território sírio, iniciada em setembro sob o argumento de que o EI deveria ser combatido, apesar da comunidade internacional e de países como os Estados Unidos acusarem Putin de usar os extremistas como pretexto para, na verdade, atacar opositores do regime de Assad. No dia 1 de outubro, após apelos de Putin para uma intervenção na Síria, o Parlamento de Moscou aprovou o envio de tropas ao país. O presidente argumentou que a decisão foi tomada devido a um pedido explícito de ajuda de Assad.
O gesto, no entanto, foi mal-recebido pela comunidade internacional, que bombardeia alvos do EI desde o ano passado, sob liderança dos Estados Unidos. Os países acusam Moscou de ter como estratégia o enfraquecimento de opositores ao regime de Assad e não o combate ao terrorismo. Putin, por sua vez, alega que sua meta é erradicar o Estado Islâmico, pois, segundo ele, cerca de quatro mil cidadãos russos ou de ex-países da União Soviética já viajaram à Síria para lutar ao lado do grupo, representando uma ameaça.
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