(ANSA) – Os líderes dos Brics se reuniram virtualmente nesta quinta-feira (23), no primeiro encontro do grupo desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia.
No centro das atenções por causa da guerra, o presidente russo, Vladimir Putin, aproveitou a ocasião para pedir que Brasil, Índia, China e África do Sul cooperem contra as “ações egoístas” do Ocidente.
“Os Estados ocidentais descarregam os próprios erros macroeconômicos no resto do mundo através de mecanismos financeiros”, declarou Putin, em referência às sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa por conta da guerra na Ucrânia.
O discurso encontrou eco no presidente da China, Xi Jinping, que criticou “sanções unilaterais” e cobrou o fim da “mentalidade da Guerra Fria”. “É preciso superar os pequenos círculos hegemônicos e chegar à grande família de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade”, reforçou.
De acordo com Xi, o mundo precisa de um “autêntico multilateralismo” e de um sistema que “tenha a ONU no centro” e seja “baseado no direito internacional”.
Bolsonaro, por sua vez, ignorou a guerra na Ucrânia em seu discurso e pediu a reforma das organizações multilaterais, incluindo o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Conselho de Segurança da ONU.
“O peso crescente das economias emergentes e em desenvolvimento deve ter a devida e merecida representação. Para o Brasil, o Brics é um modelo de cooperação baseada em ganhos para todas as partes envolvidas e a comunidade internacional como um todo. Por essa razão, devemos eleger as prioridades com responsabilidade e transparência”, declarou.
Ainda segundo Bolsonaro, “é preciso estar atento para que o exercício diplomático siga sempre com o foco do objetivo maior de produzir prosperidade e paz”.
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