(ANSA) – A França respondeu a série de atentados ocorridos em Paris, na última sexta-feira (13), com um maciço ataque aéreo contra a cidade síria de Raqqa, considerada a “capital” do Estado Islâmico (EI, ex-Isis). Nas últimas horas, foram cerca de 30 ataques realizados por 12 jatos franceses. Segundo o Ministério da Defesa, a ação foi realizada com auxílio dos Estados Unidos, que forneceu dados da Inteligência com os pontos a serem atacados.
Em nota, o governo informou que foram destruídos um centro de comando, um campo de treinamento, um local de admissão de recrutas, entre outros pontos considerados fundamentais para o funcionamento do grupo. Os ativistas que atuam na região descreveram a cidade como um “inferno” na terra e disseram que grandes partes de Raqqa estão envoltas em chamas. O ataque aéreo veio um dia após os terroristas do EI confirmarem que foram eles que planejaram a série de ataques na França, que culminaram em, ao menos, 132 mortes. Neste domingo (14), as forças de Inteligência descobriram que foi o o “califa” Abu Bakr al-Baghdadi quem ordenou os atentados contra “os infiéis” e que ele havia advertido Paris, Teerã e Washington um dia antes da série de ações na capital francesa.
Segundo informações obtidas pela agência de notícias Associated Press, o “grupo de fogo” usado para atingir Paris “era composto por 24 membros, 19 com ordens para efetuar os ataques e treinados em Raqqa, e outros cinco para a coordenação e a logística”. O “esquadrão da morte” do EI ainda entrou em contato com uma célula do grupo no país que “facilitou o cumprimento da missão”.
Funcionários do governo norte-americano confirmaram que al-Baghdadi ordenou a criação de um departamento que tem a missão específica de atingir pontos no exterior, “especialmente, na Europa Ocidental e nos Estados Unidos”. O próprio premier francês, Manuel Valls, confirmou que seu governo “sabia que estavam preparando ataques não só na França, mas em toda a Europa”. Ele ainda informou que as autoridades do país já fizeram “mais de 150 investigações” sobre atentados que não ocorreram na nação.
Já o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, revelou que “sete atentados foram desmantelados nos últimos seis meses” na Europa. O britânico ainda destacou que seu governo “sabe que há células terroristas que realizam os ataques a partir da Síria”.
A questão realmente envolve toda a Europa já que, segundo os investigadores, o ataque foi liderado e idealizado pelo belga Abdelhamid Abaaoud. Ele era o chefe da célula jihadista neutralizada pelas forças especiais da polícia belga em janeiro deste ano, após os ataques ao jornal francês “Charlie Hebdo”.
Playstation
Segundo o jornal “The Telegraph”, os investigadores estão analisando a possibilidade de que a comunicação para realizar os atentados tenha sido feita através da criptografia existente no aparelho Playstation 4, da Sony. A publicação ressalta que, ao menos, um equipamento foi encontrado na casa de um suspeito belga de ter planejado os ataques.
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