(ANSA) – Os Estados Unidos anunciaram uma série de sanções e a expulsão de 10 diplomatas da Rússia por conta de interferências eleitorais no pleito de 2020 e um grande ataque cibernético conhecido como “SolarWinds”, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (15).
A ordem executiva firmada por Joe Biden “manda um sinal de que os Estados Unidos vão impor custos estratégicos e econômicos à Rússia se continuar ou aumentar as suas ações de desestabilização internacional”.
Segundo a decisão, os esforços do governo russo de minar a disputa eleitoral e fazer ciberataques causam uma ameaça “não usual e extraordinária” à segurança norte-americana. O anúncio de hoje amplia sanções menores que haviam sido divulgadas anteriormente.
O pacote de medidas compreende sanções sobre títulos de dívida emitidos pela Rússia depois de 14 de junho e veta que instituições financeiras dos Estados Unidos comprem títulos diretamente do banco central, do fundo soberano e do Ministério das Finanças russos. O objetivo é complicar a capacidade de Moscou de obter dinheiro nos mercados financeiros globais.
O documento ainda cita que Biden se reserva o direito de ampliar as sanções sobre a dívida soberana se as “atividades desestabilizadoras” continuarem. Também há a punição contra 32 pessoas e organizações que são acusadas de estar por trás das ações contra os EUA.
Em outubro do ano passado, os serviços de Inteligência norte-americanos emitiram um relatório informando que Irã e Rússia “tomaram medidas específicas para influenciar a opinião pública” antes das eleições presidenciais.
Já o ataque hacker envolvendo a empresa SolarWinds, do Texas, durou meses e atingiu diversos órgãos e departamentos sensíveis dos EUA, entre eles, o Departamento de Energia e da Administração Nacional de Segurança Nuclear. Ele começou através de uma vulnerabilidade do software Orion, criado pela empresa texana, e que é usado por empresas e organizações públicas para gerenciar redes internas de computadores.
A ordem executiva desta quinta acusa, pela primeira vez, que o ataque foi feito pelo Serviço de Inteligência Estrangeiro (SVR) da Rússia.
Resposta russa
O governo de Moscou agiu rapidamente para protestar após a decisão do governo de Biden. O embaixador norte-americano na capital, John Sullivan, foi convocado a comparecer ao Ministério das Relações Exteriores depois do anúncio.
Em entrevista à agência de notícias estatal Tass, a porta-voz do Ministério, Maria Zakharova, afirmou que as sanções levam ao “conflito” nas relações entre as duas nações e que Washington “é plenamente responsável” pela piora delas.
“Esse tipo de comportamento agressivo encontrará, seguramente, uma decidida resistência. A resposta às sanções será inevitável”, acrescentou Zakharova.
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