A Academia Chinesa de Ciências acaba de publicar um extenso documento revelando os detalhes da Terra 2.0, um plano ambicioso para encontrar um exoplaneta em uma zona habitável como a nossa. Para isso, pretende colocar em órbita um novo observatório espacial em 2026.
Até onde sabemos, existe apenas um planeta habitável em todo o universo: o nosso. Por isso o projeto Terra 2.0 quer focar em sistemas estelares que tenham exatamente as mesmas características que o nosso, começando com uma estrela anã amarela G2V como o Sol; e continuando por um sistema de planetas rochosos na zona habitável como os do nosso Sistema Solar. Embora saibamos que estas são as condições mínimas para a criação de um planeta habitável em termos humanos, a verdade é que nenhum dos atuais projetos de busca de exoplanetas está focado em encontrar sistemas solares com estas características. Quantos deles existem? Quantos deles têm planetas potencialmente habitáveis? Responder a essas perguntas é justamente o objetivo deste novo programa.
Para atingir esse objetivo, os pesquisadores propõem uma rede de sete telescópios espaciais de tamanho relativamente pequeno (30 cm de óptica) que estarão localizados no segundo ponto de Lagrange (L2), uma órbita estável entre a Terra e o Sol que, de fato, já é o ocupado pelo Telescópio Espacial James Webb. Os sete telescópios também focariam na mesma região do espaço que o telescópio Kepler estudou, entre as constelações de Cygnus e Lyra. O motivo da escolha desta região é justamente por ser uma área muito bem mapeada e conhecida, o que ajudará a encontrar planetas na zona habitável muito mais rapidamente, pois já existem dados anteriores.
A partir dessa posição, os astrônomos da Academia Chinesa de Ciências estimam que serão capazes de detectar 29.000 novos exoplanetas em trânsito, dos quais cerca de 4.900 serão semelhantes em tamanho à Terra. Se assumirmos que a chance de existir um planeta como o nosso na mesma zona habitável de uma estrela como a nossa é de 10%, os pesquisadores acreditam que seu observatório poderá encontrar entre 10 e 20 candidatos à Terra 2.0.
Uma vez localizado pelo programa Terra 2.0, a humanidade pode usar outros observatórios em terra ou em órbita para estudar mais a fundo exoplanetas candidatos em busca de sinais de atmosfera e presença de água ou mesmo vida. Nesse sentido, a Terra 2.0 seria um programa semelhante ao Kepler, mas focado na busca de exoplanetas muito específicos, os mais parecidos com o nosso.
Os pesquisadores acreditam que o programa tem o potencial de revolucionar nossa compreensão dos exoplanetas. A grande questão, porém, é se a Agência Espacial Chinesa apoiará ou não o projeto para torná-lo realidade.
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