O presidente Jair Bolsonaro garantiu que o Brasil manterá uma posição neutra sobre a situação na Ucrânia, para não “trazer as consequências do embate para o país”. A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva realizada no domingo (27) em Guarujá, no litoral de São Paulo.
“O mundo está preocupado com isso. [Em] um conflito, ainda mais na área nuclear, todos sofreriam. Então isso não interessa a ninguém, seria suicídio”, explicou. “Temos que entender o que está acontecendo, não vamos tomar partido, vamos continuar com neutralidade e ajudar o máximo possível na busca de uma solução”, acrescentou.
Bolsonaro indicou que, hoje, o mundo inteiro está conectado e, portanto, o que acontece a 10 mil quilômetros de distância também influencia o Brasil. Nesse sentido, afirmou que eles têm que ser “muito responsáveis” porque seu país faz negócios com as partes envolvidas, como a importação de fertilizantes.
“Nós temos que ter muita responsabilidade, porque temos negócios, em especial com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”, disse.
O presidente também falou sobre o voto do Brasil na resolução da ONU. “Não tem nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin”. “O voto do Brasil não está definido e não está atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção […]. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá”, defendeu o posicionamento.
Sobre a invasão do exército russo na Ucrânia e o cerco na capital Kiev, Bolsonaro classificou como um ‘exagero falar em massacre’. “Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil”, disse.
Ele também destacou que os ucranianos “colocaram a esperança de sua nação nas mãos de um comediante”, referindo-se ao seu presidente, Vladimir Zelenski, que antes de exercer seu cargo atual era um famoso comediante.
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