Nesta quinta-feira (27), o presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o Brasil como o parceiro mais importante na América Latina durante a sessão plenária do Fórum Internacional de Discussão Valdai.
“Consideramos o Brasil como nosso parceiro mais importante na América Latina e faremos todo o possível para desenvolver essas relações no futuro”, disse.
O presidente destacou que mantém boas relações com os atuais e ex-líderes do país latino-americano e ressaltou que Moscou não interfere nos assuntos políticos internos do Brasil, onde as eleições presidenciais serão realizadas neste domingo.
Aliados
Putin disse ainda que muitos países estão “cansados de viver sob o ditado do Ocidente e apoiam a luta da Rússia contra essa hegemonia”.
“Atualmente em muitos países africanos você vê bandeiras russas, na América Latina acontece a mesma coisa e também na Ásia […]. Muitas pessoas, incluindo ativistas políticos e cidadãos, estão cansadas de viver sob condições de ditado externo”, disse ele.
Ocidente
O presidente russo ainda afirmou que o Ocidente está jogando um “jogo sangrento, perigoso e sujo”. “[Este jogo] nega a soberania de países e povos, sua identidade e singularidade, e não valoriza os interesses de outros Estados”, disse.
Nesse sentido, Putin ressaltou que o direito internacional foi substituído por algumas regras. Ele destacou que o Ocidente está tentando estabelecer “uma regra única” para que “as autoridades globais possam viver sem regras”.
Putin alertou ainda que no mundo de hoje não será possível ficar de lado. “Quem semeia vento, como se costuma dizer, colhe tempestades. A crise tornou-se global, afeta a todos e não há necessidade de ter ilusões”, afirmou.
O presidente disse que após a desintegração da URSS, o Ocidente sentiu-se “vencedor” e proclamou o império do mundo unipolar em que “só a sua vontade tem o direito de existir”. No entanto, este “período histórico de domínio total nos assuntos mundiais está chegando ao fim”, sublinhou.
“O mundo unipolar está partindo. Estamos diante de um marco histórico. A década mais perigosa, imprevisível e ao mesmo tempo importante desde o fim da Segunda Guerra Mundial está se aproximando. O Ocidente é incapaz de governar a humanidade sozinho, mas tenta e a maioria das pessoas do mundo não está mais disposta a aguentar isso. Essa é a principal contradição da nova era”, resumiu Putin.
No atual quadro global, Putin reiterou que a Rússia é “uma civilização independente” e que “ninguém jamais poderá ditar” ao seu povo os princípios em que a sociedade russa deve se basear. Ele também ressaltou que não será possível destruir a Rússia ou transformá-la em “um instrumento” para atingir os objetivos de outros.
Como explicou Putin, existe um “Ocidente de valores cristãos tradicionais” que se aproxima da Rússia, devido às “raízes comuns” que os unem.
“No entanto, há um outro Ocidente agressivo, cosmopolita, neocolonial que atua como uma ferramenta das elites neoliberais. Precisamente, o ditado deste Ocidente, definitivamente, a Rússia nunca vai tolerar”, observou.
No entanto, ele insistiu que Moscou “nunca foi e não é considerada inimiga do Ocidente”. “Americanofobia, anglofobia, francofobia e germanofobia são as mesmas formas de racismo que russofobia e antissemitismo, assim como qualquer forma de xenofobia”, enfatizou.
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