(ANSA) – Em visita à Polônia neste sábado (26), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, subiu o tom contra o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, a quem chamou de “ditador” e “carniceiro”.
A agenda do democrata começou com um encontro em um hotel na capital polonesa, Varsóvia, com dois ministros da Ucrânia: Dmytro Kuleba (Relações Exteriores) e Oleksii Reznikov (Defesa).
Essa foi a primeira reunião entre Biden e membros do alto escalão do governo ucraniano. Segundo a Casa Branca, o presidente assegurou que fará “novos esforços para ajudar a Ucrânia a defender seu território” e para garantir que Putin “responda pela brutal agressão da parte da Rússia, incluindo com novas sanções”.
Já de acordo com Kuleba, Biden prometeu que os EUA ficarão ao lado da Ucrânia “até a vitória”. Durante o encontro, os ministros apresentaram uma lista de equipamentos militares que poderiam ajudar na guerra contra os russos.
Em seguida, o mandatário americano se reuniu com o presidente da Polônia, Andrzej Duda, e afirmou que o artigo 5 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é “sagrado”.
Esse item determina que um ataque contra um membro da Otan deve gerar uma resposta militar conjunta de toda a aliança. “A sua liberdade é a nossa”, afirmou Biden ao lado de Duda.
O presidente também visitou um centro de acolhimento para refugiados em Varsóvia, onde posou para selfies e pegou crianças no colo, mas sem deixar de criticar Putin. “Penso que ele é um carniceiro”, afirmou o mandatário, acrescentando que não acredita que a Rússia quer apenas obter o controle do Donbass”, como anunciado por Moscou na última sexta (25).
Mais tarde, em um discurso no Castelo Real de Varsóvia, Biden disse que é preciso se preparar para uma “longa batalha pela liberdade” e acusou a Rússia de querer “estrangular a democracia” na Europa. “Não há justificativas para a invasão à Ucrânia”, declarou.
Além disso, alertou que Putin “não deve sequer pensar em tocar uma polegada de território da Otan”. “O Ocidente está mais forte e unido do que nunca. Não há dúvidas de que essa guerra já é um fracasso estratégico da Rússia”, disse.
Biden ainda destacou que o povo russo “não é nosso inimigo” e fez menção pela primeira vez a uma troca de regime em Moscou. “Pelo amor de Deus, esse homem não pode continuar no poder. Não tenham medo. Um ditador que quer reconstruir um império nunca vai apagar o amor das pessoas pela liberdade”, afirmou.
Reação
Em resposta às falas de Biden na Polônia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não cabe ao presidente dos EUA decidir quem vai governar a Rússia.
“Essa é uma escolha dos cidadãos da Federação Russa”, declarou Peskov. Moscou também ressaltou que “os novos insultos a Putin diminuem ainda mais a janela de oportunidade para reconstruir as relações” bilaterais.
Já a Casa Branca fez um esclarecimento e disse que Biden não acenava a uma troca de regime na Rússia. “O ponto do presidente era que Putin não pode ter permissão para exercitar o poder sobre vizinhos e sobre a região. Ele não falava de Putin no poder na Rússia”, explicou um funcionário do governo americano.
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