O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (5) que o ataque químico realizado na cidade de Khan Sheikhun, na Síria, que matou ao menos 72 pessoas, entre elas muitas crianças, “cruzou muitas linhas” e que sua atitude em relação ao presidente sírio, Bashar al-Assad “mudou muito”.
“Quando crianças e bebês são mortos com gases, para mim são superadas diversas linhas. Estamos bem além da linha vermelha”, ressaltou Trump reiterando como a administração Obama perdeu uma grande oportunidade para resolver a crise na Síria.
Durante reunião de emergência no Conselho de Segurança para discutir o tema, o governo norte-americano advertiu que os Estados Unidos tomarão uma ação unilateral se a Organização das Nações Unidas (ONU) não agir. Segundo o republicano, “as terríveis ações de Assad não serão mais toleradas”.
O bombardeio na última terça-feira, deixou 72 mortos – incluindo 20 crianças – provocou uma onda de condenação e polêmica no mundo todo. No entanto, aliada do regime sírio, a Rússia rejeitou um texto apresentado pelos Estados Unidos, França e Reino Unido condenado o ataque químico.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Turquia informou que o ataque com armas químicas realizados nesta terça-feira (4) na Síria pode inviabilizar o acordo de paz firmado entre rebeldes e governo de Damasco no fim do ano passado. “Após o ataque químico cometido pela aviação do regime sírio na cidade de Khan Cheikhoun, em Idlib, a Turquia chamou a atenção por uma violação muito grave dos acordos de cessar-fogo”, disse o porta-voz citando uma notificação aos governos do Irã e da Rússia.
Os três países são os “financiadores” do acordo de paz firmado no fim de dezembro. Enquanto a Turquia acusa o regime de Bashar al-Assad, que tem o apoio dos russos, de fazer o uso de armas químicas, Moscou acusa os rebeldes pelo ataque que matou 72 pessoas.
Papa Francisco
O papa Francisco lamentou o ataque químico e o atentado ao sistema de metrô de São Petersburgo, na Rússia, que causou outras 14 mortes na última segunda-feira (3). “Assistimos horrorizados aos últimos eventos na Síria”, disse o Pontífice fazendo um apelo “à consciência de todos que têm responsabilidade política, a nível local e internacional, para que essa tragédia acabe e para que [seja possível] trazer alívio a aquela população que há muito sofre com a guerra”.
O líder da Igreja Católica exprimiu sua “firme rejeição pela terrível tragédia que aconteceu ontem na província de Idlib, onde foram assassinadas dezenas de pessoas desamparadas, entre as quais tantas crianças”. “Encorajo, além disso, os esforços de quem, mesmo na insegurança e na tragédia, se esforça para conseguir ajudar os habitantes daquela região”, pediu Francisco.
Além disso, o religioso argentino também aproveitou e mandou seus pensamentos “ao grave atentado dos dias passados ao metrô de São Petersburgo, que provocou tantas vítimas e perdas na população”. “Enquanto eu confio à misericórdia de Deus todos os que tragicamente morreram, exprimo a minha proximidade espiritual aos seus familiares e a todos que sofrem por causa deste dramático evento”, concluiu o Papa.
Do Portal N10 com Agência ANSA
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