Uma pesquisa de doutorado realizada por um médico-veterinário potiguar pode ajudar a evitar a eutanásia de cães por um diagnóstico falso positivo de Leishmaniose, uma doença infecciosa causada por um protozoário que ataca o sistema imunológico do animal. Os estudos ocorrem no laboratório de biologia de parasitos no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFRN, pelo veterinário Vicente Toscano, coordenador do DNA Pet.
A Leishmaniose Canina é uma doença que pode ser transmitida de animais para humanos e vice-versa, sendo o mosquito o vetor. É uma grave zoonose que pode provocar o óbito tanto do humano quanto do cachorro infectado. O doutor Vicente Toscano explica que a leishmania é um protozoário da mesma família do Trypanosoma cruzi e que um animal infectado com outros protozoários semelhantes pode ter um falso diagnóstico de Leishmaniose, levando à eutanásia, sem necessidade.
Além do Trypanosoma cruzi, reações falso positivas com outros hemopasaritos, como babesiose e erlichiose, podem acontecer.
“Pesquisas como essa têm o intuito de melhorar o entendimento da comunidade científica e dos clínicos veterinários, principalmente para os meios de transmissão, métodos de replicação celular e apresentação sintomatológica da doença. Então, quanto mais a gente estuda e entende o mecanismo de ação desses microrganismos, a gente pode identificar a doença com mais eficiência e também prescrever um tratamento melhor”, disse o veterinário.
No DNA Pet, um combo de exames auxilia no diagnóstico da Leishmaniose. É possível realizar um teste molecular (PCR) que amplifica o material genético do protozoário confirmando ou não a existência da zoonose. Também é possível fazer uma cultura de aspirados, linfonodos ou de medula, além de um exame sorológico que pode afastar de vez a indicação da doença e evitar a condenação desnecessária do animal.
“Se o exame der positivo, junto com o veterinário que atende o animal, é possível discutir uma forma do bichinho permanecer vivo, sem apresentar risco para a saúde pública. Hoje em dia há métodos para que o cão não precise ser sacrificado sem risco de transmissão para seus tutores. O que vai definir é o status de saúde dele. Por isso que os exames são tão importantes”, completou.
Outro ponto na mesma pesquisa também encontrou o primeiro caso, no Brasil, de um cavalo infectado pelo trypanosoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas. A pesquisa foi submetida para publicação da revista científica Parasitology Research. A ideia é entender o ciclo da transmissão da doença de chagas para humanos e a importância também dos animais nesse processo.
DNA Pet
O DNA Pet surgiu para ser um Centro de Diagnósticos, com o objetivo de contribuir com o trabalho dos profissionais da área de saúde animal. Com um serviço inovador e complementar, é pioneiro no estado na realização de análises microbiológicas veterinárias com ênfase na identificação de microrganismos de pets. A equipe do laboratório recolhe os materiais biológicos nos hospitais, clínicas e laboratórios veterinários parceiros. Os médicos veterinários que atendem em domicílio vão deixar as amostras nessa rede credenciada. Em seguida, o material é analisado pelo setor de microbiologia do DNA Center.
Os benefícios de fazer as análises localmente, e não com laboratórios terceirizados de outros estados, são inúmeros: resultados em um prazo mais curto; confiabilidade, visto que o ideal é que as amostras sejam analisadas mais frescas; e o fato de o DNA ter o antibiograma, com antibióticos específicos para a área veterinária, ajudando assim na melhor escolha terapêutica.
“O trabalho desenvolvido pelo DNA Pet já mostra excelência. A seriedade e a qualidade herdadas do DNA Center já dão o diferencial desse serviço, que tende a crescer ainda mais. Vamos ofertar o que a gente não tem a nível de RN e, muitas vezes, a nível de Nordeste também”, disse Vicente Toscano.
Segundo o coordenador, em breve, o DNA Pet vai ganhar uma sede própria em um espaço aconchegante e confortável para receber os tutores dos animais no caso de coleta de material e também médicos-veterinários que desejem discutir casos clínicos. O local terá sala de coleta e pequenos ambulatórios para que outros meios de diagnósticos possam ser ofertados, como, por exemplo, endoscopias, ultrassonografias, ecocardiogramas. Ofertará também o exame de PCR para leishmaniose e outras doenças infecciosas, ajudando o médico veterinário a prescrever um tratamento mais específico.
“Tudo caminha para que o DNA Pet se torne um grande centro de diagnóstico, atendendo não somente os pets, como também animais de grande porte, como caprinos, equinos, ovinos e bovinos”, adiantou o veterinário.
Mais detalhes no @dnapet.lab e no endereço www.dnacenter.com.br/dnapet.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.